Política
Amália, a artista do regime
“Com que voz” foi o fado que inaugurou a grandiosa carreira globalizada de Amália Rodrigues, e um documentário com o mesmo título figura agora entre as obras a exibir no DOCLisboa.
Lendo a introdução à obra não haverá muita esperança que fique esclarecido
ser Amália uma obra de inspiração judaica.
Alain Oulman (1929-1990),
um judeu nascido no seio de uma
família aristocrata, compositor de formação clássica, foi o grande responsável pelos maiores sucessos de Amália. Seria também
em 1972 o editor do livro "Portugal Baillonné" do então exilado Mário Soares. Oulman foi apresentado a Amália, em 1962 por Luís de Macedo, um diplomata português colocado em Paris pelo regime fascista.
Com a chegada de Oulman uma bastarda nascida num pátio de bairro popular ali para os lados do elevador do Lavra conheceu então a celebridade; tornou-se sua amante, tal como depois do
banqueiro Ricardo Espírito Santo Silva, outro notável que adquiriu por casamento responsabilidades na
gestão de fortunas oriundas de judeus. Casado com a judia
Mary Pinto de Morais Sarmento Cohen, (descendente da
família judia Amzlack que colocou o
simpatizante nazi Moisés Amzalak na direcção do jornal “O Século”),
Ricardo Espírito Santo foi também presidente da Sacor, o monopólio salazarista do petróleo. Por outro lado, et pour cause, foram os homens fortes do regime de Salazar, o ministro
Pedro Teotónio Pereira e
António Ferro, que por iniciativa individual abriram a Amália Rodrigues as portas da Europa. E o povo pá?
Depois da fome, da guerrada prisão e da torturavi abrir-se a minha terracomo um cravo de ternuraApós o verso do comunista Ary dos Santos, de quem também cantou letras, no 25 de Abril Amália Rodrigues andava então pelos 55 anos. Alheia à política não se coadunava com o espírito militante da época e era por isso condenada pelo seu conservadorismo. Amália chegou a cantar a “Grândola Vila Morena"
de Zeca Afonso, mas não valorizou esta obra pelo seu carácter político mas apenas pela sua mensagem de tristeza. Depois do 25 de Novembro e a partir da década de 80,
tal como os grandes banqueiros privados, Amállia ressuscita de novo como grande figura nacional.
Deus é maneta
diz Saramago
só tem a mão direita
à direita da qual todos se sentam
Abrangente, de Manuel Alegre, o outro emigrante "socialista" de luxo, também a fadista cantou diversos poemas. Alegre por enquanto ainda não atingiu a idade das condecorações, mas, Amália viu ser-lhe atribuída a
Legião de Honra francesa pelas mãos do Presidente Mitterand após o processo de entronização conduzido pelo então ministro da Cultura Jack Lang, aliás, mais concretamente por
Jack Mathieu Émile Lang também ele oriundo de uma aristocrática familia judaica. Amália receberia ainda o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique assim como a
Grã Cruz da Ordem de Santiago da Espada instituída por D. Afonso Henriques quando andava a matar mouros (curioso como Dona
Mary Cohen, a esposa do fundador do BES se reclamava como descendente de Afonso Henriques). Por fim, Amália é recebida no Vaticano em
audiência privada pelo Papa João Paulo II.
Ricardo Espírito Santo Silva por sua vez foi medalhado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo (1953), a medalha de Ouro da Legião Portuguesa, alcandorado a Comendador da Ordem de Benemerência, a
Oficial de Légion d'Honneur (outro louvor vindo de França) e a Comendador da Estrela da Roménia.
Amália apenas uma fadista com talento? Impossivel.
Graças à benemerência do novo Estado saido da evolução do 25 de Novembro, por um destes dias teremos o panteão nacional a abarrotar de medalhas e mitos até ao óculo que espreita para o céu; a brecha por onde entra a luz. Ou seja, até que, atafulhado, fique escuro de vez e não se enxergue mais nada
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