Política


guerras da banca: onde está o Lucifer?

"discipulos dos Banqueiros de Deus, ide e espalhai pelo mundo a boa nova investidora das multinacionais"

O imbróglio que com um humor de fino recorte o nosso “Irmão Lúcia” (não confundir com a vulgata beata feminina, porque este é macho) apelidou de as “batalhas de São Escrivá” não são Obra fácil de se explicar. Tudo remonta à década de 70 quando Roberto Calvi o administrador designado pelo Banco do Vaticano apareceu pendurado pelo pescoço debaixo de uma ponte do Tamisa, crime que passados 40 anos os Tribunais ainda não conseguiram julgar. Não é fácil perscrutar os designios de Deus, muito menos da justiça dos homens, quando se trata de Alta Finança. Como o capital não tem pátria, tampouco se obriga à gestão por gente-dentro-da-lei, por essa época vultosos nacos de dinheiro sujo oriundos dos negócios da Máfia passaram a ter uma palavra a dizer como accionistas do “Banco Ambrosiano” (o nome oficial da coisa) - como resultado dessas primeiras guerras não tardou a surgir a falência e a fuga desordenada dos patos-investidores. Sorte que por nova iluminação sobrenatural (nas humildes pessoas terrenas do arcebispo americano Paul Marcinkus e bispo Ratzinger) foi eleito o Papa Polaco, um extraordinário crente mariano de Fátima que por aqui peregrinou devotamente, salvo erro umas quatro vezes, com os aviões repletos da massa que tinha sobrado da divina bancarrota. É com as cinzas desses restos do pecado financeiro original que num quase milagre nos aparece, depois da bronca das azinheiras, o Banco de Jardim Gonçalves. BCP de seu nome, foi o primeiro banco português a internacionalizar-se, por notável coincidência na cristã Polónia, terra natal do Papa, o berço da Nova Ordem Moral.

O negócio da fé (no dinheiro) floresceu, os investidores apostaram de novo, o núcleo duro fundador do Banco permaneceu secreto, blindado pelos estatutos, novos patos engordaram o bolo. A farta lucrança é controlada pelos abades da congregação fundadora, inviolável. O volume de capital accionista que continua blindado no presente ronda 43,40 por cento (***), (37,8% ausentes das Assembleias) controlado pelo grupo fundador gerido por Jardim Gonçalves Presidente do Conselho Geral (assinalados com **) – por quem passa a aprovação de qualquer medida pretendida por Paulo Teixeira Pinto, (mero administrador designado pela Assembleia Geral) e por outros investidores com interesses instalados que apoiam esse núcleo duro da ideia original do Banco (*)

BancoSabadell-----------3,50%**
JPMorgan-----------------2,98%**
EDP/EstadoPortuguês----4,40%**
FundoPensõesBCP--------2,20%**
GrupoFortis----------------5,00%**

TeixeiraDuarte-----------8,00%*
Eureko--------------------7,10%*
BPI------------------------8,50%*
Banco ABN---------------2,90%*
CGD----------------------2,30%*
LudgeroMarques---------1,00%*
TêxtilMGonçalves--------1,00%*
Outros/ pProcuração-----7,00%*

Sonangol-----------------3,00%
Joe Berardo--------------6,00%
Moniz daMaia ------------3,00%
Soares daCosta-----------2,10%
BPP------------------------2,50%
SAG------------------------0,70%
UBS------------------------2,00%
Outros/ pProcuração-----2,00%
======================
Total----------------------72,18%
NucleoDuroBlindado----27,82%***

Resumindo e concluindo, razão tinha Carl Gustav Jung, o notável discipulo de Freud, quando apontou como fundamento para a nova psicologia o mito moderno sobre coisas vistas no céu: os novos investimentos necessários para a fundação de um novo Banco em Angola e o crescimento para continuar a adquirir parcelas importantes no crescimento da Banca nos ex-paises comunistas só são possíveis desde que a parte de leão do negócio continue a engordar a Opus Dei.
Enquanto houver um pobre ao de cima da Terra por explorar, a cruzada do abençoado Capital não morrerá. O que vale é o que o novo Papa não é nada destas coisas - ele está preocupado com a salvação dos ricos, esses pecadores, (e tem ideias abençoadas para a sua redenção,)

Se não percebeu o mínimo, não há nada como ir ao cinema – por exemplo ao King rever o belo filme sobre a nossa reforma agrária, quando se ocupou a herdade da "Torre Bela" à revelia de quaisquer forças partidárias. Um dos fundadores da cooperativa foi Camilo Mortágua, um velho revolucionário que pertenceu à LUAR que para angariar fundos para a luta contra a ditadura do Botas tinha sido um dos intervenientes no assalto ao Banco da Figueira da Foz. Ao vê-lo senti um baque e recordei-me de como é que os Banqueiros de Deus funcionam – ele próprio, condecorado pelo presidente Sampaio, o lembrou em entrevista recente:

(dados sobre os accionistas do BCP recolhidos do jornal Público)



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