As pessoas ficam ansiosas com a crise porque têm uma percepção errada sobre como ela vai terminar.
As pessoas, inclusive os especialistas no mercado, esperam ou torcem para que a crise termine com uma tacada, um grande lance das autoridades monetárias. Por isso, quando observam um grande lance sendo feito – como o pacote americano, o inglês e a redução coordenada de juros globais – e não percebem o imediato fim da crise, se desesperam e acham que não tem mais jeito. Isso desfecha ordens de venda – ou de compra, no caso nosso do dólar – e a crise aumenta.
Por isso, é bom ter em conta que a crise não acaba de uma só vez, mas com a combinação de muitas medidas que são tomadas pelos governos, bancos centrais e pelos próprios participantes do mercado. Por exemplo, é preciso que os administradores das instituições financeiras ganham confiança para voltar a emprestar dinheiro para empresas e pessoas, a prazos razoáveis.
No início deste semana, grandes companhias americanas só conseguiam tomar empréstimo para capital de giro por um dia.
Portanto, não se desespere com as súbitas quedas dos mercados. Preste atenção no conjunto. Todos perceberão quando as peças começarem a se encaixar: a volatilidade vai diminuir.
Não se concluirá então que a criser acabou, mas que a fase aguda passou. E aí se inicia a lenta recuperação da capacidade de crescimento.