A primeira ilação a retirar do discurso de Cavaco é que isto não é república nenhuma
Política

A primeira ilação a retirar do discurso de Cavaco é que isto não é república nenhuma


Cinicamente, como é da sua marca genética, o actual presidente que tem consentido todo o pano de fundo de corrupção e inconstitucionalidades deste regime, declarou implicitamente nos festejos à porta fechada dos 104 anos de “República” que afinal isto não é república nenhuma. Em três pontos e citando: 1. “Numa República não existem privilégios de nascimento ou de classe social. Todos são iguais em dignidade e direitos (!) 2. Ninguém está acima das leis, que são aprovadas pelos legítimos representantes dos cidadãos. A justiça é aplicada pelos tribunais (!!) 3. Todos somos cidadãos, ninguém está isento (perdão, impedido) de contribuir activamente para melhorar o futuro do seu país” (!) – concluindo, foram estes os três ideais que 40 anos depois do colapso do regime fascista nunca foram cumpridos.

Vimos agora um Cavaco que pressente uma ameaça de implosão do actual sistema partidário avisando que “ninguém sairá incólume da falta de confiança nas instituições”. A começar pelas suspeitas que pairam sobre a própria cadeira em que se senta. Reduzindo ao mínimo a diversidade e participação de outras forças com opção por outras politicas, mais à frente disse Cavaco que o sistema eleitoral deve ser revisto, um apelo sorrateiro e habitual à recomposição do Bloco Central. A um jornal, um membro do directório executivo de Passos Coelho, que preferiu não se identificar, declara compreender as palavras de Cavaco e lamenta que “em Portugal toda a classe politica seja vista como um bando de vigaristas” (sic), Toda? (1) Por fim, vimos Cavaco sair da cerimóniia colado a um António Costa de colar dourado do poder ao peito, orgulhoso de poder dispor finalmente de um verdadeiro estadista a quem pode confiar a sua herança neoconservadora. Isto é, a sua fé no mais do mesmo.  
(com políticos mais bem pagos)
(1) Não é só o país como um todo – as autarquias falidas foram 90% do tempo governadas por PS e PSD



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