a relação entre desemprego e imperialismo
Política

a relação entre desemprego e imperialismo
















(...) A nível mundial, a lógica do funcionamento do sistema capitalista na sua fase imperialista (1) determinou um processo de acumulação primitiva que implica que, nos países vulgarmente chamados de “emergentes” (como a Índia, a China ou mesmo o Brasil), hoje se assista essencialmente à concentração de multidões de operários em grandes centros de produção industrial, fazendo com que aquilo que actualmente se passa com a vinda de inúmeros trabalhadores para ali venderem a força dos seus braços não difira por exemplo em Xangai do que se passava no Século XIX em Manchester ou Lyon. Isto, enquanto nos países de economia capitalista mais avançada, como é o caso dos Estados Unidos da América ou da Europa, aquilo a que actualmente se assiste é uma apropriação dessa força de trabalho moderna que é a “inteligência”. Com efeito, com os processos produtivos mais modernos e a cada vez mais incorporação robótica, informática e tecnológica por que se caracterizam, as consequências que daí decorrem são, por um lado, o aumento da produtividade do trabalho e do lucro dos capitalistas e, por outro, a precarização e informalização do trabalho (como a chamada “terciarização”, a contratação precária e a imposição da inevitabilidade da lógica de que “hoje o trabalhador tem trabalho, mas amanhã já pode não ter”), e a consequente proletarização dos trabalhadores intelectuais. Essa mesma precarização e progressiva proletarização destes trabalhadores com a respectiva redução acelerada de direitos (quer em termos de estabilidade do vínculo, quer em termos de duração do tempo de trabalho e do montante dos respectivos salários) é assim uma consequência directa da nova morfologia do trabalho nesta época do imperialismo (...) (Garcia Pereira, in "As medidas terroristas do governo de traição nacional na área do trabalho e da segurança social, parte I");

A aplicação de um plano de desindustrialização massiva e progressiva do nosso País e de destruição de grande parte da sua capacidade produtiva, a persistência na aposta no modelo dos baixos salários, ou seja, do trabalho intensivo, pouco qualificado e miseravelmente pago, e a aceitação, assumida e executada pelos sucessivos governos desde o início da integração europeia, do papel de Portugal como mera sub-colónia do sub-imperialismo germânico, conduziram em linha recta a uma situação de completa dependência económica e financeira, mas também política, de Portugal, tendo de importar mais de 80% daquilo que diariamente consome, mas também sendo o País da UE-27, a seguir à Letónia, com o indicador de desigualdade na distribuição de rendimentos (o chamado índice GINI) mais elevado – em 2010 a média da UE 27 era de 30,5 e em Portugal de 33,7 – e com o 3º índice de desigualdades sociais mais elevado de todos os 30 países da OCDE. Simultaneamente, a própria CMVM revelou que, não obstante a situação do País, só entre 2000 e 2005 as remunerações dos membros das Administrações das 20 empresas mais cotadas na bolsa triplicaram e ainda que, em média, os gestores dessas empresas ganham cerca de 30 vezes mais que a remuneração média dos respectivos trabalhadores.
 (Garcia Pereira, in "As medidas terroristas do governo de traição nacional na área do trabalho e da segurança social, parte II");
 


(1) A politica dos países imperialistas visam a obtenção de três coisas: Matéria-prima, Mercado consumidor e Mão-de-obra barata. A concepção da teoria imperialista foi inicialmente perpetrada por economistas alemães e ingleses no início do século XX. Este conceito constituiu-se sob duas características fundamentais: o investimento de capital externo e a propriedade económica monopolista. Desse modo, a capitalização das nações imperialistas ampliou-se gradativamente, pela ‘absorção’ dos países dominados, pois monopólios, mão-de-obra barata e abundante e mercados consumidores levaram ao ciclo de um novo colonialismo, que é o produto da expansão constante do imperialismo. A rivalidade entre potências imperialista tornou-se na principal causa da Primeira Guerra Mundial, iniciando-se a “nova era imperialista” depois da Segunda Grande Guerra, após a qual os EUA se tornaram o centro do imperialismo mundial
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