A tramóia que botou abaixo o único homem que poderia bater Sarkozy
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A tramóia que botou abaixo o único homem que poderia bater Sarkozy


“em quantos países do mundo se acreditaria imediatamente na história de uma simples empregada negra de um hotel? (editorial Ionline)

Desde Washington Strauss-Khan vinha dispendendo meses de trabalho tentando convencer o eleitorado francês que ele não era o porta-voz dos ricos globalistas, nem um tecnocrata daqueles principescamente pagos para executar as suas ordens, mas um verdadeiro intelectual de esquerda, o único que poderia salvar do tenebroso ataque em curso o modelo de Estado Social em França. Dominique Strauss-Kahn como chefe executivo do Fundo Monetário Internacional (organização estabelecida pelo Tratado de Bretton Woods no pós guerra e extraordinariamente reforçada pelo Consenso de Washington no reaganismo pelo controlo financeiro do terceiro-mundo) trabalha, ou trabalhava, actualmente no mesmo tipo de controlo financeiro sobre a Europa, por forma a que seja o velho continente “livre da ameaça comunista” a pagar, no modelo de vida de 500 milhões de pessoas, a parte de leão da factura da impossibilidade capitalista global.

“It’s time for Europe to accept the rules as they are written, and not as they can be negotiated and fudged.” (The Battle for IMF Top Job)

Se Strauss-Khan se dizia de esquerda, e ainda por cima da não conotada com champagne socialista, não foi lá uma ideia muito brilhante para “a grande esperança dos socialistas” franceses ser fotografado a entrar num Porsche de 100.000 euros à porta da sua penthouse de Paris avaliada em 4 milhões de euros. Numa segunda avaliação veio a saber-se que o Posrche não era dele, mas de um desses assessores lobyistas que trabalham para os homens mais ricos de França, mas o que conta é a primeira impressão. O caso, conhecido por porschegatefoi de tal forma mediatizado que a liofilizada Ségolène Royal, a rival de Strauss-Kahn na nomeação pelos “socialistas” à eleição de 2012, proibiu os seus apoiantes de contar anedotas online sobre carros desportivos de luxo, que são gadgets que abundam às centenas pelo partido.

A entourage de Sarkozy e os seus aliados da extrema direita não poderiam andar mais satisfeitos. “Estou rodeado por um bando de imbecis” irrita-se Sarkozy durante a batalha pela conquista do Eliseu. A restante táctica e a vitória do sionismo em França é conhecida, o correr pelas ruas para mostrar superioridade atlética, o uso das “gajas boas” como objecto de marketing, os processos ocultos fabricados para incriminar Chirac e Vilepin; enfim, uma comédia divertidissima - seriam certamente um gozo mediático estes ultraliberais comprometidos com o Sionismo global, não fosse o rol de crimes e vítimas que lhes vão pesando em cima. E a “alternativa” são Porsches para todos. Só a ficção nos dias que correm está habilitada a contar a realidade. "La Conquête", que estreia amanhã, é o filme de abertura do Festival de Cannes





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