Análise: Síria e Líbia trilham caminhos distintos na luta por mudança
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Análise: Síria e Líbia trilham caminhos distintos na luta por mudança


Tanto sírios como líbios se rebelaram contra décadas de governos ditatoriais em seus países. Passado um ano desde que essa revolução começou, por que os dois países árabes vivem realidades tão diferentes?
Houve um momento, durante o levante na Líbia, em que a população local assistiu com preocupação aos desdobramentos transmitidos pela TV.
Ao mesmo tempo, eles assistiam aos sírios repetindo em casa o levante contra um presidente que os reprime há décadas.


Os líbios pensaram que suas próprias necessidades seriam esquecidas enquanto a Síria se tornaria a prioridade internacional. Agora vemos o quanto eles estavam errados.
Será que era simplesmente mais fácil para a comunidade internacional se unir contra o coronel líbio Muamar Khadafi, um homem que aparentava ser um maluco desgrenhado perante os olhos do mundo, do que contra o presidente sírio, Bashar al-Assad, de aparência suave e um tom público mais comedido?
Certamente isso facilitou a aprovação, no Conselho de Segurança, de uma resolução que pavimentou a intervenção internacional na Líbia. No entanto, havia outros fatores mais importantes em jogo.

Jogo de poder

Em comparação com a Síria, a Líbia era um caso simples. Não havia ali divisões sectárias, e a maioria dos líbios estava unida em torno de uma causa comum.
Na Síria, em contraste, qualquer consideração sobre uma intervenção militar externa tem que levar em conta tudo o que deu errado no Iraque - também conhecido por suas divisões sectárias - e na longa e sangrenta guerra civil no vizinho Líbano.
O chanceler francês, Alain Juppé, citou a possibilidade de uma "guerra civil catastrófica" se a comunidade internacional armar a oposição síria.
Também há que se levar em conta as vastas reservas de petróleo da Líbia. Será que o Ocidente poderia se dar ao luxo de esperar mais tempo pelos desdobramentos, vistos como inevitáveis, do levante líbio?
Além disso, há as diferenças políticas e geográficas. A Síria é um campo minado diplomático tanto para os que tentam derrubar o regime quanto para as potências ocidentais que debatem como ajudá-los. O governo de Assad tem aliados no Irã e entre o grupo radical libanês Hezbollah.
O Líbano, por sua vez, tem muito a temer quanto à ameaça de guerra civil no país vizinho. Trípoli já está tendo que lidar com enormes quantidades de refugiados vindos da Síria, e a opinião pública libanesa se divide quanto a apoiar o Exército Livre da Síria (formado por dissidentes do Exército) ou simplesmente se distanciar de sua luta, por medo de que ela respingue no Líbano.
Em contrapartida, na Líbia, Muamar Khadafi havia se isolado de boa parte do mundo. Líderes de países vizinhos e de boa parte do mundo árabe desprezavam o coronel líbio, aberta ou discretamente.

Caminho sem volta

No caso da Síria, o que aconteceu com as pessoas que, um ano atrás, tomaram as ruas pedindo liberdades básicas e a queda do regime de Assad?
Muitos deles foram mortos. Mas deixaram para trás parentes obstinados e manifestantes destemidos certos de que, agora que sua oposição ao regime se tornou pública, eles de qualquer forma morrerão se caírem nas mãos das forças de segurança sírias.
Para eles e para os que deixaram o Exército para se unir à oposição, não há como voltar para trás.
Isso deixa tanto o Ocidente quanto o regime de Assad em um aparente ciclo sem fim de incertezas quanto ao que fazer a seguir.

Rana Jawad
Da BBC News em Trípoli (Líbano)

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/03/120316_anlise_sirialibia_pai.shtml



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