as Guerras Energéticas
Política

as Guerras Energéticas


2004. No auge da”guerra contra o terrorismo”, álibi para a invasão do Iraque. Invocando o “eixo do mal” George Bush insiste que não deve ser permitido ao Irão desenvolver armas nucleares. Então porquê, seis anos antes, a CIA entregou aos iranianos planos técnicos para a construção da bomba? James Risen, jornalista do New York Times e por duas vezes prémio Pulitzer, ao escrever “State of Wardeu a conhecer o escândalo. (veio no Guardian) denunciando: é preciso pagar qualquer preço para sustentar a ganância, o poder, justificar a “war on terror”, negócios de drogas, usar denunciantes e agentes infiltrados. O jornalista viria a ser condenado a 3,5 anos de prisão por se negar a revelar as fontes. (entrevista)

Risen, o autor do livro “Estado de Guerra, A História Secreta da CIA e da Administração Bush” (2006), produz inúmeras declarações sobre as actividades da Agência Central de Informações norte-americana. Afirma que a CIA realizou uma operação no ano 2000 (Operação Merlin) destinada a atrasar o alegado programa de armas nucleares do Irão, fornecendo projectos falsos para despistar os principais concorrentes, mas saiu-lhes o tiro pela culatra, podendo na realidade ajudado o Irão, na medida em que as falhas foram detectadas e corrigidas por um ex-cientista nuclear soviético durante a operação usada para fazer a entrega. No inicio de 2003 o New York Times negou-se a publicar a história, depois da intervenção da Conselheira de Segurança Nacional, Condoleezza Rice combinada com o editor executivo do NYT Howell Raines
(ver documentos desclassificados).
Reactor de Bushehr, Irão, 2005
Ao fazer as pesquisas para o livro, os e-mail, telefonemas, ligações e encontros de Risen com o ex-oficial de operações da CIA Jeffrey Alexander Sterling foram monitorizados pelo governo federal dos Estados Unidos. O governo obteve também registos de crédito e contas bancárias de Risen. Após a publicação o “Public Affairs Office” da CIA emitiu então um comunicado indicando que o livro de Risen contém erros graves em qualquer um dos capítulos. No entanto, os documentos da CIA divulgados em Janeiro de 2015 confirmam muitos dos detalhes sobre a Operação Merlin. No livro constam afirmações como a de que "vários dosagentes iranianos [infiltrados da CIA] foram presos e encarcerados, enquanto o destino de alguns dos outros, ainda hoje é desconhecido", depois que em 2004 um funcionário da CIA enviou a um desses agentes uma mensagem eletrónica criptografada, incluindo erroneamente dados que poderiam identificar "praticamente todos os espiões que a CIA tinha dentro do Irão". O iraniano era um agente duplo e entregou a informação aos serviços secretos iranianos. Isso também foi negado pelas autoridades norte-americanas. Risen também alega que o governo Bush é responsável pela transformação do Afeganistão num "narco-Estado", que supostamente vende 80% do fornecimento total de heroína do mundo.

Baseado nas escutas, Jeffrey Alexander Sterling começou a ser investigado durante a administração Bush. Em 2010 foi acusado, ao abrigo da Lei de Espionagem de 1917, um caso raro na história dos EUA, e punido pelo contacto com o jornalista pela alegada divulgação de segredos de Estado. Risen tinha sido intimado em relação ao caso em 2008. Lutou contra a intimação, e conseguiu que fosse arquivada no Verão de 2009. Mas, naquilo que o New York Times chamou de "um acontecimento excepcional" a administração Obama renovou a acusação em 2010. Em 2011 James Risen entregou um recurso, descrevendo detalhadamente as suas razões para se recusar a revelar as suas fontes, o impacto público do seu trabalho e as suas experiências com a administração Bush. Em Julho de 2013 o Supremo Tribunal dos EUA decidiu que Risen fosse obrigado a testemunhar no julgamento de Jeffrey Sterling. Citando: "desde que a intimação é emitida em boa fé e com base em uma necessidade legítima de aplicação da lei, o governo não precisa fazer qualquer exibição especial da obtenção de provas de conduta criminosa de um repórter num processo criminal". O juiz Roger Gregory discordou, escrevendo: "a maioria exalta os interesses do governo, enquanto indevidamente vai atropelando os interesses da imprensa, e ao fazê-lo, colide severamente com a imprensa e o livre fluxo de informação na sociedade". Mas Risen ficou obrigado a declarar as fontes. Obviamente, a postura das sucessivas administrações dos Estados Unidos têm sido muito criticadas por infringir a liberdade de imprensa. O Supremo rejeitou o apelo em Junho de 2014, abrindo a porta à possibilidade de prisão de Risen, dependendo se os procuradores federais optassem por prosseguir com a exigência do seu testemunho. Risen continuou a recusar e afirmou estar disposto a ir para a cadeia.

Em Outubro de 2014, o procurador-geral Eric Holder, falando num evento de Washington, DC, declarou que "nenhum repórter ou jornalista vai para a cadeia, enquanto eu for procurador-geral". Em Janeiro de 2015 o New York Times noticiava que James Risen "não será chamado a depor em julgamento", pondo fim a uma batalha legal sobre se o jornalista poderia ser forçado a identificar as suas fontes confidenciais. Nesse mesmo mês Benjamin Netaniahu (na foto) veio fazer o seu número de circo à ONU sobre as probalidades do Irão já dispor da capacidade de fabricar bombas nucleares. Decorreram 9 anos entre a publicação do "Estado de Guerra" em 2006 e 15 anos sobre os factos relatados no livro, ninguém se lembrando mais do que se teria passado com o programa nuclear do Irão, que actualmente continua a ser “negociado”, mas apenas para fins pacíficos.



loading...

- Milagre Da Ciência Da Mentira: Obama é Um Clone De Cheney
Ambrósio, o "Change" faz-me lembrar algo"Change" dizia ele em 2008, tal como hoje repetem "Mudança" os nossos dois papagaios-xuxa na compita pelo nosso poleiro nacional. Como é que a grande viragem deste "reformador", já para não citar o encerramento...

- Guerra Eminente
Vladimir Putin crê que a agressão da Georgia à Ossétia do Sul foi provocada por forças politicas a partir dos Estados Unidos para favorecer a eleição de John McCain – e a Rússia apresenta evidências e provas do ataque à capital Tskhinvali...

- Os Segredos Do Poder
Após uma já extensa lista de escândalos e demissões,,, ,,, um novo Watergate ameaça Bush (VIDEO,AQUI) após a inesperada renúncia do director Porter Goss da Agência Central de Inteligência (CIA) por implicação de um alto funcionário,...

- O Irão Nuclear
As instalações industriais de Isfahan no Irão estarão na calha para ser bombardeadas, provávelmente para estrear as novas Mini-Nukes (Mini Bombas Termonucleares) produzidas pelos Estados Unidos, com as quais o amigo Israel já deverá estar equipado....

- Ataque Ao Irão Marcado Para Junho
* A administração Bush está actualmente a exercer a maior pressão possível sobre a OPEP para aumentar o fluxo do petróleo em mais um milhão de barris por dia (muito acima da sua capacidade) a fim de acalmar mercados nervosos e arranjar tempo para...



Política








.