O presidente Lula chama de “amigo e irmão” o ditador líbio Muammar Khadafi, terrorista prematuramente aposentado por um bombardeio aéreo muito pedagógico. Trata como bom companheiro o genocida sudanês Omar Al-Bashir, procurado pelo tribunal internacional de Haia por crimes contra a Humanidade. Solta a voz em palanques na Venezuela como cabo eleitoral do farsante Hugo Chávez, que vai progressivamente exterminando a imprensa independente e os governos de oposição. Promove a guerreiros da selva os narcoterroristas das FARC. Faz concessões pusilânimes para manter nas alcovas do palácio o paraguaio Fernando Lugo, um laureado reprodutor de batina. Aumenta a ração de alpiste do pintassilgo amestrado Celso Amorim para que o Itamaraty afague a Coréia atômica. Faz de conta que não viu a fraude imensa para ganhar a simpatia (e alguns trocados) do iraniano Mahmoud Ahmadinejad. Finge enxergar uma Cuba livre na ilha reduzida pelos irmãos Castro a filme de época sobre a Guerra Fria, produzido, dirigido e protagonizado por napoleões de hospício. Para Lula, todo regime liberticida, visto de perto, é democrático. Só não há democracia em Honduras.
Ou o interlocutor é Manuel Zelaya, destituído da presidência da República enquanto planejava o assassinato da Constituição, ou não tem conversa. Conservador de nascença, o conspirador trapalhão converteu-se na terceira idade à seita bolivariana. De acordo com a nova política externa brasileira, é o suficiente. Zelaya é amigo de Chávez, que é amigo de Lula, que é amigo de qualquer amigo dos amigos. E Lula é o Brasil.
Os brasileiros que pensam ficariam menos aflitos se o Itamaraty revelasse quem anda pagando as contas de Zelaya. De onde vem o dinheiro para diárias de hotel, almoços ou jantares em restaurantes estrelados, viagens aéreas na primeira classe e outras miudezas? Do bolso do companheiro desempregado é que não sai nada: ele foi despejado do poder só de pijama. Também seria útil saber o que o hondurenho itinerante pretende fazer se recuperar o emprego.
Por enquanto, a única coisa clara na cabeça de Manuel Zelaya é o chapéu de latifundiário.