CESAR MAIA Os cortesãos
Política

CESAR MAIA Os cortesãos


FOLHA DE SÃO PAULO - 12/02/11

A disputa de cargos, em todos os níveis, e de benesses governamentais,
entre os partidos que apoiam o governo federal, remete ao sistema de
cortes das monarquias nos séculos 16 e 17. As cortes palacianas viviam
no entorno dos reis, disputando cargos, concessões e favores.
Os homens fortes das cortes eram aqueles que, por proximidade com reis
e rainhas, conseguiam para seus apaniguados decisões que lhes davam
poder e riqueza. As cortes dos vice-reis na América hispânica
aprofundaram o sistema. As "encomiendas", por exemplo, eram concessões
de caráter feudal com cessão de terras e seus índios, para o uso
econômico e deleite dos "encomenderos". Outro exemplo era o
"corregimiento", uma região onde o "corregidor" tinha todos os poderes
e onde esse poder até se comprava.
Os vice-reis da Espanha no Peru e no México (Nova Espanha), nos
séculos 16 e 17, com status de "alter ego" do rei, punham e dispunham
sobre tais concessões. Em torno deles, construíram-se amplas cortes
que se dividiam em funções administrativas e de proximidade com o
vice-rei.
Era tão bom, que fazer parte do séquito de um vice-rei nomeado na
Espanha tinha preço. A orientação básica da coroa era prestigiar os
chamados "beneméritos", ou seja, os que chegaram na frente para
conquistar e colonizar.
Mas o que ocorria eram nomeações e concessões ao grupo íntimo do
vice-rei ou aos indicados por ele. Os abusos chegaram a tal ponto que,
em 1619, o rei Felipe 3º regulamentou a ocupação de cargos, proibindo
empregar e fazer concessões a parentes até o quarto grau.
Em 1660, Felipe 4º repetiu a mesma resolução, pois as cortes no Peru e
na Nova Espanha não haviam dado a menor bola para a determinação.
A solução no século 18 foi tirar poder dos vice-reis e transformá-los
em burocratas do Estado espanhol.
O que vemos por aqui é uma adaptação disso. Um partido tem direito de
nomear em órgãos que passam a ser suas "encomiendas". O quoteo de
ministérios, órgãos e empresas estatais são como "corregimientos". O
líder de bancada de prestigio é aquele que, por proximidade com o
poder ou por intimidação, abre amplos espaços para os seus protegidos.
Mesmo que indiretamente, isso tudo tem um preço.
Não tão abertamente como as vagas no séquito dos vice-reis, mas de
forma mais intensa e rentável. Como nas cortes, vai se criando um
hábito.
E só se lembra do método quando os desvios são publicados. Os
servidores profissionais independentes vão ficando de lado, como
ocorreu aos "beneméritos". E -da mesma forma que os Felipes 3º e 4º-
não será por falta de leis, decretos e resoluções. Enquanto isso o
Estado vai ficando caro, improdutivo, ineficiente, e algumas vezes,
corrupto.




loading...

- Vergonha
Mais triste do que ter cerceado seu direito de ir e vir, inclusive o de trabalhar, é ler e constatar que existem pessoas que conheço que defendem este tipo de manifestação inconsequente como o de hoje na BR-101. Ainda bem que são poucas, muito poucas....

- Campos Perde Mais Um Virtuose Da Guitarra
Depois de Luiz Ribeiro  em 2010, mais uma lacuna se abre na cena do rock campista. Muito pouco ou quase nada valorizado em sua cidade, Campos perdeu nesta segunda-feira por conta de uma leucemia um de seus grandes instrumentistas, Paulo Quintanilha,...

- Em Fortaleza Tem O Time Do Lula, Da Dilma, Da Luizianne E, Agora, Da Marina Silva Com #elmano13 Prefeito.
Rafael Tomyama Fortaleza mostrou, na última terça-feira, que tem lado. O lado dos que mais precisam, de quem caminha junto às pessoas, dialogando e construindo políticas públicas para a maioria. Aqui tem o time do Lula, da Dilma, da Luizianne...

- Quais Os Objetivos Dos Verdadeiros Militantes Do Partido Dos Trablhadores?
   Por Odilo Almeida  Governar para os mais pobres. Diminuir as desigualdades e o sofrimento e avançar na CONSTRUCAO de uma sociedade justa, solidaria e socialista. Este é o objetivo dos veredadeiros militantes do Partido dos Trabalhadores.  ...

- Pasquale Cipro Neto A Senadora E O Feminino De Presidente
Folha de S. Paulo - 10/02/2011A SENADORA MARTA SUPLICY interrompeu o presidente da Casa para "corrigi-lo". José Sarney usou a forma "presidente" para referir-se a Dilma Rousseff; Marta o interrompeu ("Pela ordem, senhor presidente:...



Política








.