Crônica de sábado
Política

Crônica de sábado


Elas estão crescendo...

                    Walnize Carvalho

Dentro da semana, em que se comemora o “Dia Internacional da Mulher” (8 de março) me lembro bem, com que carinho, falei sobre Ela, em um poema ,que intitulei “As meninas”: As meninas circulam meu dia - a - dia/ Jogam-me na roda/ no centro da roda/ na berlinda./ A romântica/ puxa-me pela saia/ quer que abra gavetas/ escreva emoção sentida/ em qualquer folha de papel.A vaidosa/ coloca-me frente ao espelho/quer me ver bem/ olhos brilhantes / batom bem retocado nos lábios ./A organizada /olha o relógio/ ajeita a roupa/combina cores/ de calçado e blusa./Vai à luta cumprir jornada /é a mesma / que chega comigo ao lar/ e insiste em brincar de “casinha”./A desprendida/cabelos ao vento/ corre lépida/ pra ver o mar/ o luar/ou alguém para falar.../agitada/ deixa-me quase sem ar!/ Mas, há/ a menina assustada/ que vez por outra/ vem me visitar na calada da noite/ se achega de mansinho/me pede colo/ e uma historinha/ que a faça dormir.../E assim/ brincando com elas/ de “bem-me-quer/ e mal-me-quer”/ encontro no dia-a-dia/ minha essência de Mulher!...”

E, de repente, dia desses, percebo o desassossego.A um canto, as cinco “meninas” cochichavam, me dando a nítida impressão, de que falavam a meu respeito.

Aproximaram-se de mim e, novamente, me colocaram na berlinda:A desprendida tomando as dores das outras iniciou as reivindicações: -Não somos mais crianças! Queremos liberdade!Eu, por exemplo, estou entediada! Você - apontou-me- só quer saber de viagens virtuais! De vez em quando, vamos a um cineminha com a condição, de que eu fique com modos de menina comportada. Não me leva para ver o mar, o luar ...

Foi a deixa para que a vaidosa entrasse em campo: - Para onde foram nossas idas constantes ao salão de beleza, às compras nos shoppings?

Bastou para que a organizada se manifestasse: - Aposentou-se do trabalho e da vida social também? Até as nossas brincadeiras de “casinha” se tornaram enfadonhas de tão rotineiras!

A assustada começou a cantarolar: “Eu perdi o medo/o medo da chuva!...” E acrescentou, com ares de superioridade: -Nada como um bom livro de cabeceira ou o som baixinho de uma música suave para me levar ao sono!

Sem ação e sem resposta fiquei por ali, pensativa, durante alguns minutos.

Levantei-me da cadeira e me preparava para uma ducha fria, quando alguém me enlaçando pelo pescoço sussurrou aos meus ouvidos: - Quero que fique tudo como está! Serei sempre sua companheira!

Saímos abraçadas e emocionadas em busca de papel e caneta: eu e a menina romântica.








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