Política
Decifrando o mistério paulista
Queridos,
O texto abaixo de Eduardo Guimarães - Decifrando o mistério paulista é muito interessante para entender a sobre-vida DEMO-TUCANA em São Paulo. Vale conferir.
Decifrando o mistério paulista.
Quem não é de São Paulo, visita o Estado e constata a catástrofe paulista não consegue entender por que o povo do Estado mantém a direita tucano-pefelista no poder há tantos e tantos anos (quase duas décadas). A cada ano, o Estado vem perdendo, perdendo e perdendo. Perde qualidade de vida, investimento e pujança econômica, empregos etc. E o povo aplaude.
Basta olhar para os números da crise econômica para ver como em São Paulo ela é mais grave do que no resto do Brasil. E depois olhar para a Saúde, para a Educação, para o transporte público, para a Habitação ou para a Segurança pública.
Hoje, temos, os paulistas, indicadores entre os piores do país em todos esses quesitos apesar de sermos o Estado mais rico e industrializado.
Na economia, o desemprego resiste em São Paulo enquanto melhora rapidamente no resto do país. A produção industrial paulista, idem. Agora, apesar da isenção de impostos do governo federal, a famigerada “substituição tributária” do governo paulista anula a queda nos preços da “linha branca” (geladeiras, fogões etc), por exemplo.
Na Saúde, bem, na Saúde uma visita a um hospital público da capital mostra como em quase vinte anos de governos tucanos o paulista acabou tendo atendimento proporcionalmente pior do que o de Estados paupérrimos do Norte e do Nordeste, que vêm melhorando a cada ano enquanto o de São Paulo, no mínimo, fica estagnado.
Na Educação, São Paulo fica sempre nos últimos lugares nas avaliações nacionais. Os professores da rede pública paulista estão entre os mais mal pagos. Vivem em greve e levando “borrachada” da polícia do governador. Os alunos da rede estadual de ensino são verdadeiros analfabetos funcionais.
O transporte público é uma desgraça. O trânsito de São Paulo é o pior do país e um dos piores do mundo. Proporcionalmente, temos a menor rede metroviária. Uma cidade como Santiago do Chile, que tem a metade da população de São Paulo, dispõe de uma rede de metrô duas vezes maior. O povo da periferia passa duas, três horas espremido em ônibus lotados para ir ao trabalho ou voltar. No metrô, a situação é igualmente caótica. Nos horários de pico, a cena é surreal, com milhões de pessoas espremidas e se empurrando nas estações saturadas.
Na Habitação, sugiro a quem não acredita no que digo que dê uma volta pela capital de São Paulo para ver as favelas crescendo sem parar, os cortiços proliferando, os moradores de rua aumentando. Como se não bastasse, o governo do Estado ainda boicota o programa de moradias do governo federal. E como a imprensa paulista não informa a população, ela não sabe o que está perdendo.
A Segurança pública está em um nível de calamidade jamais visto. Os policiais ganham menos do que os do Piauí. Apesar da propaganda oficial, que a imprensa daqui abraça, o paulista vive cada vez mais apavorado com a criminalidade. Basta dar uma volta pelo centro velho da capital (pela Cracolândia, por exemplo) para comprovar. E se você, não-paulista, perguntar a qualquer paulista se acredita que a criminalidade está diminuindo, ele rirá na sua cara.
Paradoxalmente, há pouco o instituto Datafolha fez uma pesquisa sobre a avaliação do governo de José Serra e ele aparece com a mesma popularidade de quando foi eleito. E nas pesquisas sobre a sucessão presidencial, com o peso eleitoral de São Paulo Serra aparece isolado na liderança, ainda que tal liderança esteja caindo mês a mês. E só não cai mais rápido por conta dos paulistas, que são muitos e, portanto, influem fortemente no resultado das pesquisas.
Aparentemente, é um mistério o que acontece com o povo de São Paulo. Parece não haver explicação lógica. Mas há: ao perguntar a um paulista por que a Segurança Pública de seu Estado piorou tanto, via de regra ele dirá que a culpa é de Lula. E dirá o mesmo sobre todo o resto – Saúde, Educação, Habitação, Transporte...
O paulista não se lembra nunca do governo do Estado na hora de reclamar dos problemas locais porque o governo estadual deixou de ser fiscalizado e criticado pela imprensa de São Paulo há quase vinte anos. Vai daí que, para o paulista, tudo é responsabilidade do governo federal. E, como São Paulo só faz piorar, o povo desse Estado fica insatisfeito com o governo Lula em vez do governo Serra.
Se você que não é de São Paulo não acredita no que digo, pergunte a um paulista típico se a Saúde, a Educação, o Transporte, a Segurança etc estão bons. Ele responderá que está tudo horrível. Daí, pergunte de quem é a culpa e ouvirá só criticas a Lula.
Isso acontece porque a classe social esclarecida, que sabe de quem é a responsabilidade por cada quesito supra mencionado, é de direita, abastada e acha que, para manter seus privilégios, é preciso haver desigualdade social. E as camadas sociais que mais sofrem – ainda que todas sofram com problemas que não se resumem aos pobres – são incultas e não sabem que a vida em São Paulo é proporcionalmente pior do que no resto do país por conta do governo do Estado. E não sabem simplesmente porque este governo é invisível na mídia.
O mistério paulista está explicado. Agora, falta explicar como combater tal fenômeno.
Ano que vem, haverá que fazer uma campanha massiva em São Paulo explicando as responsabilidades de cada esfera de governo. Haverá que dizer, por exemplo, que São Paulo não tem metrô porque a esfera de governo encarregada de implantar a rede metroviária é a estadual e não investiu. E denunciar que a imprensa não discute o governo de São Paulo porque é aliada dele.
Parece-lhe uma tática óbvia? Sim, é óbvia. Contudo, nas eleições anteriores nada disso foi feito no âmbito do governo paulista.
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