Política
Desembarque na Normandia, de ano para ano as mentiras tornam-se cada vez mais audaciosas
Hollande: "Este dia terminou em sangue e lágrimas de alegria,
ao fim de 24 horas que mudaram o mundo"... Obama: "Quando o mundo vos tornar cínicos, parem para pensar um segundo e
pensem no sacrificio destes homens"... o veterano Ken Godfrey conclui: "A principal recordação é de tentar avançar no mar com a água pelo peito. Mas
não gosto de falar dos combates, fazem-me suores frios"
os Estados Unidos, inseparáveis da sua costela hollywoodesca, capricham em representar as lanchas de desembarque como sofisticados meios de suporte de acção a soldados altamente preparados. Na verdade tratou-se de barcaças que transportavam a granel um amontoados de recrutas que mal de abriam as rampas de saida eram dizimados às centenas pelas rajadas de metralhadora
Efectivamente
Eisenhower sabia antecipadamente, contando com a colaboração de Churchill, que ia sacrificar milhares dos seus homens numa missão suicida, cujo sucesso dependia do abate sucessivo dos soldados das primeiras linhas nas lanchas de desembarque. A falta de escrúpulos de um general cujo primeiro objectivo e obrigação militar digna seria derrotar o inimigo com o minimo de perdas dos seus homens, correspondia ao cinismo do desembarque na segunda frente de combate aos Nazis, uma
decisão que só foi tomada in extremis quando pressentiram o perigo do Exército Vermelho vir a ocupar toda a Alemanha e de seguida a França. Como se depreende,
o principal inimigo dos Estados Unidos não era o nazismo, mas sim o comunismo..........
Seguramente,
os Aliados esperaram pacientemente que Hitler destruisse o regime comunista da URSS e o desembarque na Normandia ocorreu quase ano e meio depois da batalha de Estalinegrado . Churchill no principio da guerra tinha empregue uma expressão que ficou famosa, referindo-se ao regime Soviético saído da Revolução de Outubro: "
Há que afogar a criança enquanto ainda está no berço".
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Porém, a vitória sobre os alemães na batalha decisiva de Estalinegrado foi o verdadeiro Dia D -
por cada homem tombado nas praias da Normandia morreram cinco em Estalinegrado, dois em Leningrado e muitos outros nos mais diversos sítios. Nos seis meses que durou a maior batalha da história, a Wehrmacht perdeu 1,5 milhões de soldados, e não voltou a recompor-se desta catástrofe gigantesca. A partir daí, iniciou-se o recuo que só viria a terminar com a entrada do Exército Vermelho em Berlim. Por isso, o mundo inteiro compreendeu que, sem Estalinegrado e
sem os 20 milhões de soviéticos mortos na guerra, a Europa não se teria libertado da barbárie nazi.
Depoimentos da época relatam a carnificina do Dia D na Normandia, a que hoje se pretende dar a volta como sendo uma heróica epopeia: "Quando os primeiros homens saltaram, amontoaram-se e caíram na água. De seguida as ordens perderam-se. Parecia que aos homens a única maneira de chegar a terra era mergulhar de cabeça e tentar nadar mantendo-se fora dos tiros que metralhavam os barcos. Mas, à medida que atingiam a água, o seu equipamento pesado arrastava-os para baixo e fazia-os debaterem-se para se manterem à tona. Alguns foram atingidos na água e feridos. Alguns afogaram-se ali mesmo ... Mas alguns conseguiram correr através do fogo para a areia da praia, e descobrindo que não podiam manter-se ali, voltaram para a água escondendo-se com ela, só com o nariz de fora. Aqueles que sobreviveram continuaram a arrastar-se, protegendo-se aqui e ali atrás de pedras e obstáculos submersos (corpos de mortos) e, desta forma, conseguiram finalmente desembarcar na praia". Os Estados Unidos tiveram durante toda a 2ª Grande Guerra cerca de 400.000 mortos (
0,32% da sua população) e nenhum civil, porque o conflito não atingiu o seu território.
O memorial no cemitério dos
arredores de Berlim em Treptower Park presta homenagem aos cerca de meio milhão
de soldados soviéticos mortos apenas na batalha pela conquista de Berlim. No cimo de uma pequena colina ergue-se imponente sobre uma capela a estátua do soldado russo com uma criança alemã ao colo protegendo-a da barbárie nazi. Por esse singelo ideal, na totalidade da guerra, a União Soviética sofreu entre 23 a 28 milhões de mortos (entre
11 a 14,2 da sua população) ...mas, pelas heróicas contas dos do lado de cá da guerra fria pelo petróleo
o Dia D é que teria sido decisivo
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