Desemprego e Colapso da Economia Nacional
Política

Desemprego e Colapso da Economia Nacional


"Os países da periferia apresentam sistema politicos de governos fracos, concedem protecção aos trabalhadores e o direito a protestar contra mudanças indesejadas no status quo. Estes defeitos ficaram evidentes com a crise" (J.P. Morgan)

o Governo pretendeu esconder, varridos para debaixo do tapete, 162 mil desempregados em cursos de formação atribuindo-lhes uma situação de “ocupados” para esconder oficialmente o número de desempregados (jornal de noticias) Para além de não se contabilizar os mais de 372.500 trabalhadores exilados à força. Contas feitas ao número de pessoas sem trabalho que permanecem no país, estas ultrapassam um milhão de desempregados reais.

No primeiro ano deste governo PSD/CDS/Troika a riqueza não gerada pela totalidade dos desempregados tinha sido de 50 mil milhões de euros. Nos dois anos seguintes a situação agravou-se (1). No final da década de 90 a taxa de desemprego era de 4%. Quatro décadas após sucessivos governos PS/PSD/CDS, a taxa de desemprego em finais de 2013 situava-se nuns sub-estimados 16,4%. Apesar de treze anos da flexibilização aplicada coercivamente à legislação laboral, conferindo impunidade ao patronato para despedimentos sem causa, o desemprego não tem parado de aumentar. As previsões da OCDE para 2014, passe a truculência e mentiras do governo, apontam para uma taxa de 18,5%. Entretanto os salários baixaram em média cerca de 40%, o que gera precaridade e menos consumo, menos contribuições para a Segurança Social e a cobrança de menos impostos, acrescentando mais crise à crise, para cuja resolução o Governo impõem leoninamente mais impostos à população em geral (2).

Para os trabalhadores remanescentes, os que precariamente mantém um emprego que os deixa no limiar da pobreza, os cortes salariais tornaram-se na principal causa do sobre-endividamento das famílias, ultrapassando o desemprego. Por sua vez, o sobre-endividamento contraído para a sobrevivência das pessoas conduz ao crédito malparado, o qual afecta os bancos agravando a segurança do dinheiro dos depósitos dos portugueses, ainda por cima, usados em jogadas especulativas. Num exemplo actual, o dinheiro descontado pelos trabalhadores para a sempre posta em causa Segurança Social (3), ao qual o Estado deita indevidamente a mão, foi investido em acções da Portugal Telecom resultando numa desvalorização de 23 milhões de euros devido à exposição ao escândalo BesGate (4). Roubam o povo que depende de salários e reformas miseráveis e de seguida mandam as suas agências de comunicação publicar artigos a dizer que a Segurança Social está em perigo de bancarrota devido ao aumento da esperança de vida (dos ricos) e por isso “esta geração não pode receber mais do que descontou”. Analisando esta problemática sob um ponto de vista meramente de reforma do capitalismo, um dos mais reputados economistas da área social-democrata do país afirma fundamentadamente que "o sistema bancário português corre um risco sistémico". Se é para manter o capitalismo, que se cumpra a sua regra primordial: quem não tem aptidões nem geraa lucro para viver tem de falir ou morrer.
notas
(1) Em 2012 cada português em média já tinha perdido 503 €uros de rendimento face ao PIB registado no ano anterior. Nos dois anos seguintes a situação agravou-se. Hoje em dia sai um português para o estrangeiro a cada cinco minutos.
(2) Ficou famosa a boutade do vice-pres. da Caixa Geral de Depósitos nomeado por Passos Coelho: “se me obrigarem a trabalhar mais de sete meses só para o Estado, palavra de honra que me piro” (Nogueira Leite). Certo é que o tipo para sua desonra dois anos depois ainda cá está; e nem imagina o lucro que daria ao país que trabalha se ele deixasse de “trabalhar”. O número de pançudos beneficiários aposentados da CGD com pensões acima dos 4.000 €uros que em 1997 era de 553, já alcançava o radioso número de 5.235 individuos em 2011.
(3) Se dos serviços públicos, para cujo funcionamento se pagam impostos, dizem que “dão prejuízo” é porque foram sujeitos a desorçamentações (cortes). Os défices do Estado não podem ser imputados aos gastos sociais. Porque a verdadeira causa da “crise” é o gigantesco aumento dos juros sobre a dívida, constituída como uma autêntica fonte de rendimento fixo do Capital estrangeiro. Quando ganham em comissões os vendilhões da pátria com este negócio? O povo um dia irá averiguar…

(4) Adenda. Desde que se iniciou a confecção deste post as perdas da Portugal Telecom já passaram dos 23 para 27 milhões de €uros
(5) Gestão controlada a partir do exterior pela holding de topo do Grupo Espirito Santo impede pagamento de dívida à Portugal Telecom (Diário de Noticias)



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