Dez quase bons
Política

Dez quase bons


 

Luiz Fernando Verissimo
 Fui pouco a cinema em 2010. O fato de o ano cinematográfico ter sido dominado por tropas de elite, vampiros adolescentes e espiritismo talvez tenha contribuído para isso.
Foi até difícil fazer uma lista dos dez que eu mais gostei — nenhum passou de quase bom.
Achei o “Avatar” espetacular, o filme mais subversivo do ano, mas depois de vê-lo e de pensar um pouco você começa a sentir um certo ressentimento pela competência humilhante com que mexeram com todos os seus sentidos. Só os americanos mesmo para fazerem filmes antiamericanos como só os americanos sabem fazer.
Em vez do “Tropa de elite 2” (ou “O arrependimento”, como, pelo que ouvi dizer, deveria ser o subtítulo do filme, em contrição pela truculência excessiva do primeiro) preferi ver “Antes que o mundo acabe”, o delicado filme da Ana Luíza Azevedo, que se passa num Brasil diferente.
O único outro filme nacional que vi foi “Uma noite em 67”, divertido mergulho no Brasil de uma época em que todos eram moços, todos fumavam sem parar e todos se importavam. Que fim levou aquele Brasil?
Foi um ano de bons diretores fazendo menos do que se esperava deles.
A perspectiva de um “Robin Hood” dirigido pelo Ridley Scott era entusiasmante, mas o filme — talvez devido ao peso do Russel Crowe no papel principal — não decolou.
Gostei do “Ilha do medo”, mas estou chegando naquela idade em que as coisas precisam ser muito bem explicadas, e o Scorsese deixou muitas pontas soltas no seu filme para os da minha faixa.
O que dizer então de “A origem”, indefensável título brasileiro de “Inception”, em que as pessoas sonham que estão sonhando e acordam para descobrir que foi tudo um sonho dentro de um sonho e que ainda estão sonhando e eu ainda não sei se vi ou se sonhei? E eu não aguento mais efeitos especiais sensacionais. Quanto mais sensacionais, mais eu resisto, e os de “Inception” são especialmente ofensivos de tão bons.
Oliver Stone trouxe de volta o Gordon Gekko na continuação do “Wall Street” para mostrar que ganância ainda é bom se esconde um bom coração de pai, Roman Polanski fez um apenas passável “O escritor fantasma” cheio de furos no roteiro e o novo Woody Allen merece a opinião de todo o mundo, nem elogio nem crítica: é um Woody Allen, o que mais há para dizer?
Melhor mesmo foi o argentino “O segredo dos seus olhos”, apesar de algumas inverosimilhanças, principalmente pela presença radiante da Soledad Villamil, o sonho de consumo do ano de muitos homens, inclusive da minha faixa.



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