Política
E no Dia do Professor...
...
uma doce lembrança que me veio nesta manhã ensolarada:
Seis anos de “progresso”
Walnize Carvalho
Ano: 1970.
O ônibus da empresa Progresso saiu do ponto atrasado alguns minutos.
Eram os passageiros, que vindo à cidade, tentavam levar o que o bagageiro do ônibus aguentava e... o bolso também!
Levavam as novidades, coisas raras na roça. Iam desde gêneros alimentícios a indumentárias...
Mês de março. As aulas por começar, era preciso comprar tecidos, cadernos e lápis (naquele tempo não eram fornecidos pelo governo).
Entre cadernos do MEC, pipocas adocicadas, verduras e mantimentos fiz a primeira viagem. Eu, professorinha - 18 anos -havia escolhido ( em concurso) o “Grupo Escolar Atilano Chrysóstomo de Oliveira”.
Curiosa, perguntei ao passageiro ao lado: - Daqui a Saturnino Braga são quantos quilômetros? -Vinte e dois! Respondeu - me.
Fiz a viagem atenta, olhando a paisagem lá fora.
O ônibus fez várias paradas (nos pontos... e fora deles!). Todos aceitavam, pacientemente. O trocador caminhava dentro do coletivo cobrando as passagens. As pessoas conversavam animadamente e eram tantas histórias ouvidas, que quando me dei conta, chegara ao meu destino.
A escola, quase à beira de estrada, se destacava entre o campo verdejante e a fileira de casinhas da Usina.
Desci com o coração ofegante. Ali começava minha trajetória de professora. E ser professora era um pouco de tudo: babá, alfabetizadora e a segunda referência depois da mãe.
Os alunos chegaram: uns choravam; outros felizes. As meninas com laços de fita na cabeça; os meninos com atiradeiras de caçar passarinhos e balebas nos bolsos. Nas sacolas, o material escolar e a “mistura”como era chamada a merenda...
Nós, professores, éramos figuras admiradas pela comunidade e a Escola, o templo do Saber.
Passou-se um ano... Passaram-se seis anos ...e ir lecionar -com chuva ou sol - era um prazer e a sensação de dever cumprido.Depois, segui a jornada em outros colégios da cidade, cumprindo com honradez a missão a mim confiada...
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Que me visite a simplicidade Úrsula Avner Quero uma vida simples e pacata Amanhã não sei se ainda estarei na estrada Para que o luxo e a ambição ? Entopem as veias do coração são filhos rebeldes da ilusão Quero da vida o ar de montanha...
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