Escrevi assim...
Política

Escrevi assim...



Expectativa
Walnize Carvalho

Manhã de primavera. Quase dez horas de uma manhã de sábado.
O sol delicado já se infiltra por entre as folhagens das grandes árvores da rua em que moro.
Saio à rua.
Meu destino é o centro da cidade que neste sábado, especialmente, está com novos ares.
A efervescência no Calçadão é grande. E grande também é a expectativa.
No semblante das pessoas há um sorriso de cumplicidade, como se houvesse um pensamento unificado: A eleição em todo o nosso país.
Recolho panfletos e os coloco na bolsa. Revejo personagens que há dias dividem, no Boulevard, o mesmo espaço.
Entre candidatos, cabos eleitorais e populares há um grupo de ciganas. Elas se postam - ironicamente - ao lado de uma ótica e visionam o futuro...São mulheres em trajes de rendas e babados coloridos. Com seus sorrisos “dourados” abordam e derramam palavras, que brilham promessas aos transeuntes.
Paro olhando uma vitrine e entreouço o papo de uma delas com um senhor de meia idade: - Prometo que lhe trago de volta em três dias, a pessoa amada!...
O homem, que permite que ela leia a sua mão continua trocando ideias e parece confiante na revelação.
Deixo fluir a conversa entre eles e sigo o meu caminho.
Observo enormes filas nas casas lotéricas. A greve bancária atraiu muitos para estes estabelecimentos. Encontro uma amiga que está na fila e ao me avistar, convida-me para um bate papo. Enquanto ela fala e gesticula, passo os olhos ao redor e lembro-me que já ouvi alguém falar: - Brasileiro adora fila! Ironia? Verdade? Acredito no meio termo, pois que, enquanto por ali estou, observo atentamente as pessoas: Umas conversam com as que estão à sua frente, contam histórias e até sorriem; outras se irritam, gesticulam, olham o relógio. E há as que organizam os clientes dentro da faixa desenhada no chão.
Despeço-me da colega e retomo o meu caminho.
O burburinho na cidade é inevitável. E, como não poderia deixar de ser, o assunto principal é “o dia seguinte”...
Entre bandeiras coloridas, papéis picados, sorrisos e gritos me dou conta que falta um dia para o pleito eleitoral.
Sorrio, confiante. Uma esperança treme em meu olhar.
Na banca de jornais vejo estampada a manchete: “Só a ilusão eleitoral é maior que a ilusão do amor”
Chego à casa. Relaxo os sentidos e me entrego ao pensamento do compromisso de cidadã que terei no domingo.



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