institucionalizar a monarquia da Banca
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institucionalizar a monarquia da Banca


Um dos enigmas da partidocracia da área do poder é a de convidarem sumidades ainda não chamuscadas na grelha do aparelho para se darem ares de novidade a charadas que se repetem como farsas – desta feita o PSD convidou um insigne ex-banqueiro monárquico para presidir à Comissão encarregada de passar a limpo as intenções de, mais uma vez, revisionar a Constituição. Deu merda logo à partida.

Diz o doutor Paulo Teixeira Pinto, um notório promitente ministro da Causa Real (1) empossado por sua alteza D. Duarte, que a palavra República "nunca devia ter ficado escrita na Constituição". Assim, o antigo Presidente Executivo do Banco Comercial Português, nomeado para o BCP depois da escandalorrota Jardim Gonçalves (que levou 50 milhões para casa como paga por bons serviços), propõe-se alterar o artigo 288º da Lei Fundamental portuguesa, onde o limite da “natureza republicana de regime” passaria para “natureza democrática de regime”. “Democracia” é um chavão conciso e preciso. O que é que se pretende? Que o “Procurador Geral da Repu... perdão, da Democracia” e os Directores Gerais de empresas e funções públicas sejam todos eleitos pelo Parlamento, que deixe de ser necessária a participação de 50 por cento dos eleitores inscritos para que um referendo tenha caráter vinculativo, etc. - isto é, que na prática exista uma partilha equitativa de lugares entre os dois partidos do Bloco Central com cada vez menos interferência dessa inconveniência chamada “eleitor”. Enfim, uma partilha garantidamente democrática. Ou, como disse Saramago, “desta falsa democracia”.

Mas quem é Paulo Teixeira Pinto, que nunca foi eleito para coisa alguma, para se propôr fazer determinar cargos eleitos entre representantes (deputados) que não representam verdadeiramente nada?
“Paulo Teixeira Pinto, actualmente empresário de um grupo editorial, saiu não há muitos meses do grupo BCP com uma indemnização milionária, uma choruda importância para um executivo que dirigiu e culminou superiormente (com mais uns milhões do erário público em ajudas) a uma das mais famosas catástrofes recentes da banca nacional. O mérito paga-se e recomenda-se, principalmente na óptica do PSD de Passos Coelho. Mas, democraticamente, não convém que se saiba. Quando Francisco Louçã, a propósito de uma qualquer minudência lho lembrou, a resposta de PTP foi um processo em tribunal por difamação. Embora pouco publicitada a resposta de Louçã é digna de ser emoldurada. aqui fica:

Que é um milionário, os factos não enganam: recebeu quase dez milhões de euros quando saiu como administrador do BCP. O Dr. Paulo Teixeira Pinto faz ainda parte da elegante lista dos seis administradores que recebem por junto 6,5 milhões por ano de reforma. Só para si terá cerca de meio milhão de euros por ano... (ler o resto)

* (1) obviamente, Monarquia versus Republica Portuguesa, a RTP faz a apologia da Monarquia
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