Política
Hoje tirei a manhã para fazer exames laboratoriais (de rotina,diga-se de passagem).Os faço anualmente.Uma revisão na "máquina"rsrsrs .Lembrei-me de uma crônica que fiz.A reproduzo aqui:
Seria um procedimento corriqueiro (automático, até) chegar naquela manhã ao Laboratório de Análises Clínicas, esperar a porta – que também é automática – se abrir, apanhar senha, sentar-me na poltrona e fixar o olhar no painel luminoso à espera do número 22.
Mas haveria de ter – como teve – mais do que um fato, uam história bonita de se ver, ouvir e contar.
Sentado ao meu lado estava um senhor simples, indumentária simples, sandália de dedo nos pés e na cabeça um boné com a inscrição: New York. Inquieto virou-se para a direita e percebeu que a moça sonolenta (afinal, eram sete horas da manhã) estava para pouca conversa. Voltou-se então para mim, sentada à sua esquerda e dirigiu estas palavras: - Não sou de ir a médico, mas de tanto um dos meus filhos insistir (tenho sete e moro com um deles) fui ao doutor. Ele me pediu uns exames... Eu, apressada, perguntei: - Apanhou no balcão o número para ser atendido? – Não, dona! – respondeu.
Dei-lhe a minha senha e fui em busca de uma outra.
Blim! Blom! O painel luminoso sinalizou 22 mesa 3. Apontei-lhe a direção (eram seis compartimentos).
Ele, já com 83 anos, caminhou vagarosamente, puxou a cadeira e entregou papéis à moça.
Ela, exigiu-lhe a carteirinha, o formulário, carimbou e cabisbaixa continuou atenta à sua rotina burocrática.
O senhor a tudo observava e em dado momento falou: - Se não fosse por insistência de Altamiro eu não estaria aqui!
Foi a senha para que a atendente levantasse o olhar para o velhinho. E, visivelmente nervosa e emocionada emborcou o corpo para frente e cochichou ao seu ouvido: - Acho que o senhor é meu avô!
Feitas as checagens de nome e sobrenome, a constatação que de íntima se tornou pública.
Assim como eu, a sala inteira tomou conhecimento do reencontro de avô e neta que não se viam há muitos anos; que os pais da moça eram separados; que ela morou uma temporada no sul e que retornara há pouco tempo voltando a morar com a mãe e o padrasto e que não tinha notícias do pai (muito menos do avô).
Isto tudo revelado aos olhos de uma platéia silenciosa e sensibilizada.
Chegou a minha vez. Dirigi-me à cabine de coleta de sangue.
A funcionária, que não participara do momento mágico ocorrido na sala de espera, indagou-me:
- A senhora está passando bem? Está trêmula... Já estou terminando para que tome logo um cafezinho!
Saí à rua.
O sopro da brisa da manhã sobre meu rosto fez-me revigorada a ponto de chegar à casa (antes mesmo do cafezinho) apressar-me em fazer o registro desta bela história incomum à rotina dos nossos dias:
Digna de uma novela das oito.
- Flash Do Cotidiano
Ontem fui à uma consulta médica a fim de fazer o chec up anual(pressão arterial,exame de sangue,eletrocardiograma) e coisas do gênero...Afinal às vesperas de completar 6.1 é bom saber como anda a "máquina".No consultório encontrei um amigo:Douglas...
- Flexão E Reflexão
Walnize Carvalho Em dias nublados bate aquela vontade e até ( por que não?) necessidade de faxinar armários, rasgar papéis, arrumar gavetas... Foi o que se deu comigo: cheia de disposição fui à luta e... prac! Um estalo nas costas me...
- Atendimento à Brasileira
Após a morte do meu pai em abril, uma das providências necessárias foi abrir uma conta no Banco do Brasil para que minha mãe possa receber a pensão que lhe é de direito, já que ele era funcionário aposentado do Ministério do Trabalho e Emprego....
- Tem ... Mas Tá Em Falta...
Hoje pela manhã me dirigi tranquilamente à agência dos Correios, para enviar uma pequena encomenda para minha irmã que mora no interior de SP. Entrei na fila, esperei uns 20 minutos, dei bom dia à simpática atendente e pedi um envelope de...
- Na Vitrine
Esta semana: Fernando Sabino Na Escuridão Miserável Eram sete horas da noite quando entrei no carro, ali no Jardim Botânico. Senti que alguém me observava enquanto punha o motor em movimento. Voltei-me e dei com uns olhos grandes e parados como os...
Política
Laços de sangue
Hoje tirei a manhã para fazer exames laboratoriais (de rotina,diga-se de passagem).Os faço anualmente.Uma revisão na "máquina"rsrsrs .Lembrei-me de uma crônica que fiz.A reproduzo aqui:
Seria um procedimento corriqueiro (automático, até) chegar naquela manhã ao Laboratório de Análises Clínicas, esperar a porta – que também é automática – se abrir, apanhar senha, sentar-me na poltrona e fixar o olhar no painel luminoso à espera do número 22.
Mas haveria de ter – como teve – mais do que um fato, uam história bonita de se ver, ouvir e contar.
Sentado ao meu lado estava um senhor simples, indumentária simples, sandália de dedo nos pés e na cabeça um boné com a inscrição: New York. Inquieto virou-se para a direita e percebeu que a moça sonolenta (afinal, eram sete horas da manhã) estava para pouca conversa. Voltou-se então para mim, sentada à sua esquerda e dirigiu estas palavras: - Não sou de ir a médico, mas de tanto um dos meus filhos insistir (tenho sete e moro com um deles) fui ao doutor. Ele me pediu uns exames... Eu, apressada, perguntei: - Apanhou no balcão o número para ser atendido? – Não, dona! – respondeu.
Dei-lhe a minha senha e fui em busca de uma outra.
Blim! Blom! O painel luminoso sinalizou 22 mesa 3. Apontei-lhe a direção (eram seis compartimentos).
Ele, já com 83 anos, caminhou vagarosamente, puxou a cadeira e entregou papéis à moça.
Ela, exigiu-lhe a carteirinha, o formulário, carimbou e cabisbaixa continuou atenta à sua rotina burocrática.
O senhor a tudo observava e em dado momento falou: - Se não fosse por insistência de Altamiro eu não estaria aqui!
Foi a senha para que a atendente levantasse o olhar para o velhinho. E, visivelmente nervosa e emocionada emborcou o corpo para frente e cochichou ao seu ouvido: - Acho que o senhor é meu avô!
Feitas as checagens de nome e sobrenome, a constatação que de íntima se tornou pública.
Assim como eu, a sala inteira tomou conhecimento do reencontro de avô e neta que não se viam há muitos anos; que os pais da moça eram separados; que ela morou uma temporada no sul e que retornara há pouco tempo voltando a morar com a mãe e o padrasto e que não tinha notícias do pai (muito menos do avô).
Isto tudo revelado aos olhos de uma platéia silenciosa e sensibilizada.
Chegou a minha vez. Dirigi-me à cabine de coleta de sangue.
A funcionária, que não participara do momento mágico ocorrido na sala de espera, indagou-me:
- A senhora está passando bem? Está trêmula... Já estou terminando para que tome logo um cafezinho!
Saí à rua.
O sopro da brisa da manhã sobre meu rosto fez-me revigorada a ponto de chegar à casa (antes mesmo do cafezinho) apressar-me em fazer o registro desta bela história incomum à rotina dos nossos dias:
Digna de uma novela das oito.
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- Flash Do Cotidiano
Ontem fui à uma consulta médica a fim de fazer o chec up anual(pressão arterial,exame de sangue,eletrocardiograma) e coisas do gênero...Afinal às vesperas de completar 6.1 é bom saber como anda a "máquina".No consultório encontrei um amigo:Douglas...
- Flexão E Reflexão
Walnize Carvalho Em dias nublados bate aquela vontade e até ( por que não?) necessidade de faxinar armários, rasgar papéis, arrumar gavetas... Foi o que se deu comigo: cheia de disposição fui à luta e... prac! Um estalo nas costas me...
- Atendimento à Brasileira
Após a morte do meu pai em abril, uma das providências necessárias foi abrir uma conta no Banco do Brasil para que minha mãe possa receber a pensão que lhe é de direito, já que ele era funcionário aposentado do Ministério do Trabalho e Emprego....
- Tem ... Mas Tá Em Falta...
Hoje pela manhã me dirigi tranquilamente à agência dos Correios, para enviar uma pequena encomenda para minha irmã que mora no interior de SP. Entrei na fila, esperei uns 20 minutos, dei bom dia à simpática atendente e pedi um envelope de...
- Na Vitrine
Esta semana: Fernando Sabino Na Escuridão Miserável Eram sete horas da noite quando entrei no carro, ali no Jardim Botânico. Senti que alguém me observava enquanto punha o motor em movimento. Voltei-me e dei com uns olhos grandes e parados como os...