MILLÔR
Política

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ML, redator do Senado, cujo nome preservo por razões compreensíveis, autor de belos discursos, lidos por vários senadores, me confessa ao ouvido, enquanto ouve um: "Eu sou como La Fontaine: faço os animais falarem"
 

GUERNICA. Por Picasso. 
No dia do bombardeio

Matreiro e maneiro – sem esquecer que genial –, Picasso não ia perder essa. Vamo nessa, bombardearam Guernica! Abandonando cubismos ou realismos, o sempiterno Picasso que, natimorto, desenganado, sobreviveu devido a uma baforada de fumaça de charuto que um tio maluco lhe meteu goela adentro – inspiração boca a boca – conseguiu sua imbatível fama devido a seu gênio pictorial, e promocional!, com frases como: "Minha pintura não é para decorar cômodos. É um instrumento de guerra".

Por isso mesmo Guernica, depois de Da Vinci, passou a simbolizar a própria Pintura.

Guernica. O bombardeio foi em 1937. Os stukas nazistas estavam apenas fazendo uma experiência. Mas o quadro ganhou o mundo, inventou encontros e declarações inverossímeis:

Em 1940, Paris ocupada pelos nazistas, dois oficiais alemães, diante do horripilante painel, perguntaram a Picasso: "Foi o senhor quem fez isto?". Ao que o intrépido pintor respondeu prontamente: "Não, foram os senhores".

No mundo em guerra, o quadro viajou muito, para ser protegido, acabando no MoMA de Nova York. Onde o autor desta página de espetáculos teve ocasião de vê-lo, exposto ao mesmo tempo ao lado de uma coisa pouco vista e menos falada – os estudos para execução do quadro. Mas MF, que não é de se intimidar com glórias e merchandaizingue, saiu convencido de que Picasso pintou os estudos depois de terminar o quadro.

Há aproximadamente quinze anos, alguns artistas, entre eles Jaguar, Chico, Claudius, Fortuna, se desenhistas de humor são artistas, fizeram uma exposição no MAM, Museu de Arte Moderna do Rio, com suas interpretações do Guernica. Por falta de espaço, e por ser dono do espaço, publico aqui apenas a versão, e a explicação, minhas.


GUERNICA. Por Millôr. No dia anterior

"A cena se passa – como a de Picasso – num espaço interno-externo, casa-praça, alegria vilareja e doméstica. Uma pomba pacífica brinca com o rabo do touro, cheio de virilidade – notar os testículos. O touro tem a satisfação do animal (como o homem) quando está em sua querência. O cavalo dança sevilhanamente. Na verdade: cavalo e touro são exemplos lúdicos de bumba meu boi. Uma luz no alto ilumina, claro, claro (predomínio do amarelo), tudo! Um jovem militar oferece uma flor a uma jovem guerniquense com seus seios ansiosos de maternidade. À esquerda a mulher já mãe cuida de seu filho. À direita uma ama encaminha um bebê para a saída (para a obra futura do pintor) enquanto, à janela, Bernarda e Alba fofocam, contentes. Uma pede à outra querosene emprestado, sem pressentirem os stukas agressores, no céu azul.




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