O devastador poder da chuva
Política

O devastador poder da chuva


A força atômica da chuva

Na natureza, a energia liberada por uma grande tempestade
só tem paralelo nas erupções vulcânicas e nos terremotos.
Seu poder destruidor equivale ao das bombas atômicas


Leandro Beguoci

Almeida Rocha/Folha Imagem
Nó no trânsito
Alagamento em São Paulo na terça-feira: 160 quilômetros
de ruas e avenidas paralisadas

VEJA TAMBÉM

Chuvas fortes, que duraram 24 horas praticamente sem trégua, instalaram o caos em São Paulo na terça-feira passada. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou 78 milímetros de precipitações na cidade. O recipiente usado na coleta para medição de chuva é uma lata com boca de 203 milímetros. Se todos os 1 523 quilômetros quadrados da superfície do município fossem cobertos com esses medidores, eles teriam coletado, no total, 118,8 bilhões de litros de água, volume suficiente para abastecer a capital paulista por 21 dias. Se toda essa água tivesse sido coletada por um único grande medidor com 1 metro quadrado de base, ele precisaria ter 118 800 quilômetros de altura – 31% da distância entre a Terra e a Lua. Acontecimentos como as chuvas de São Paulo servem para lembrar a fragilidade do ser humano diante das forças colossais da natureza. Por mais que ele procure se prevenir contra os fenômenos naturais, quase sempre é derrotado. Até mesmo as cidades mais bem preparadas para enfrentar terremotos sucumbem a eles. Não há obra de engenharia capaz de deter tsunamis ou evitar erupções vulcânicas.

O temporal em São Paulo foi produzido por dois fatores. O primeiro deles é o excesso de chuvas na Amazônia. Estima-se que 60% das chuvas que caem na cidade tenham origem na evaporação dos rios daquela região. Neste ano, a profundidade do Rio Negro, por exemplo, passou de 50 para 100 metros em alguns pontos. A consequência disso é que as correntes de ar que trazem a umidade da Amazônia para São Paulo vêm muito mais carregadas. Os "rios voadores" que causam chuva na capital paulista estão com um volume de vapor-d’água muito maior do que o normal. O segundo fator que provocou a chuvarada em São Paulo foi uma frente fria vinda da Antártica. Essa massa de ar frio condensou a grande umidade do ar, que se transformou em chuva. O resultado foi um temporal com características de tempestade de verão – mas com duração muito mais longa. A tempestade alagou 119 pontos da maior cidade do país e paralisou 160 quilômetros de ruas e avenidas, entre elas as duas principais artérias de escoamento do trânsito, as marginais dos rios Tietê e Pinheiros. As inundações continuam a afligir as cidades e a fazer vítimas.




loading...

- Direto Do Climatempo:
Nesta quinta-feira (05/01) as nuvens carregadas da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) estão concentradas ao norte da Região Sudeste. Durante a tarde, por conta do aquecimento e da alta umidade, são esperadas pancadas de chuva nas demais...

- A Culpa é Do Homem
Tenho relutado em escrever sobre as enchentes e desabamentos na região serrana fluminense. Em primeiro lugar por não querer fazer proselitismo com uma tragédia humana dessa  dimensão. Em segundo lugar porque é revoltante a recorrente irresponsabilidade...

- Chuva E Caos Em Sp
O trânsito de São Paulo está parado nesta terça-feira. Chove forte na capital paulista desde a noite de ontem, sem previsão para parar hoje. Os rios Tietê e Pinheiros transbordaram, interditando trechos das marginais, principais vias da cidade,...

- E Volta O Temor Em Santa Catarina....
Foto: Ulisses Job/Diário Catarinense/Ag.RBS) - Tarde de sábado em Criciúma- É o tipo de notícia que o Blog não gostaria de dar, depois de tanto sofrimento pelas chuvas de novembro. Mas a natureza infelizmente não perdoa. Do globo.com: "O número...

- Míriam Leitão Como Voam Os Rios
O GLOBO O avião em que voa o suíço Gerard Moss parece laboratório. E é. Ao lado do piloto fica uma engrenagem que lembra uma coleção de grandes tubos de ensaio. Sua missão, a cada decolagem, é capturar a umidade externa, que depois vai ser...



Política








.