Política
Os Banqueiros vão Nus
de como os Governos dos Estados Unidos sempre ajudaram o gangue de Wall Street a rapinar a classe média americana, e depois a global (I)1. Um Pouco de HistóriaEsta história começa ainda antes dos Estados Unidos serem Estados Unidos. As 13 colónias originais imprimiam o seu próprio dinheiro, e isso funcionava muito bem, porque fortalecia as trocas comerciais e tornava a jovem América numa fluorescente e progressiva economia, livre da pobreza e do desemprego que por essa altura grassava em Londres. Mas os banqueiros da Europa, habituados de há muito a emitir papel moeda para uso público, ficaram horrorizados com esta abordagem americana e viram nela uma ameaça para os seus caridosos princípios religiosos, segundo os quais
Deus tinham destinado para os banqueiros a fortuna de possuírem todas as riquezas do mundo.
Então, o Banco de Inglaterra exerceu a sua influência sobre o
Rei George III para impor uma “
Lei da Moeda” (
Currency Act) às Colónias, que as proibia de emitir e usar o seu próprio dinheiro, ficando desta forma limitadas a pedi-lo emprestado à oferta legal do Banco de Inglaterra, pagando juros. Demorou apenas alguns anos para este esquema reduzir a antiga prosperidade e produtividade das Colónias à pobreza e ao desemprego típicos de Londres nesse mesmo período, como ficou expresso no legado da literatura de Dickens e outros.
Enquanto as escolas públicas norte americanas ensinam que a Revolução teve a ver com os “Impostos sobre a importação do Chá” (e não tanto com a proibição da impressão de dinheiro localmente), foi primeiro que tudo a raiva criada pelo empobrecimento forçado pelo “
Currency Act”
o factor que fomentou a rebelião. Porque é que a “Lei da Moeda” não é mencionada nas escolas tornar-se-á evidente mais à frente.
2. A Economia Original AmericanaA seguir à Revolução Americana, os “pais responsáveis pela fundação da nação” retomaram de novo o sistema que tinha funcionado tão bem antes do “Currency Act”
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Como se mostra no diagrama anterior os responsáveis estabeleceram um sistema económico simples que não se baseou num banco central privado. Emitido pelo governo o dinheiro passou a circular e a ser usado publicamente sem cobrança de juros. Durante o circuito de trocas económicas o Estado cobrava os respectivos impostos e aceitava de novo o dinheiro sob a forma de depósitos num banco estatal. Por cada ano fiscal a quantidade de dinheiro emitido igualava a soma do dinheiro colectado. Nada se perdia. O dólar baseava-se numa medida de peso em prata, o que significa um
valor do dólar fixo e não sujeito aos caprichos gananciosos dos governantes ou dos banqueiros3. O Primeiro Banco dos Estados UnidosEste é um sistema que tem funcionado muito bem para a população civil em toda a história. Fez da nova nação imediatamente uma nação próspera. E isso alarmou os clãs bancários europeus, que temiam que a inspiração estado-unidense se estendesse a outras nações, como de facto aconteceria em França em 1793. Mas onde a força militar da Grã-Bretanha tinha falhado a politica colonial venceu, quando o presidente Alexander Hamilton em 1791 concedeu uma licença por 20 anos ao Bank of the United States.
Quase imediatamente, a espiral da dívida no orçamento do Governo, foi considerada necessária para o comércio internacional sob o
governo de Hamilton (
ex-Secretario de Estado do Tesouro), e assim se começou a drenar localmente a vida dos cidadãos comuns. O furor da dívida foi uma assunto importante que conduziu ao famoso duelo entre
Hamilton e o
vice-presidente judeu Aaron Burr, que resultou na morte de Hamilton a 11 de Julho de 1804. Como nota à margem, as pistolas que se usaram nesse duelo estão hoje em poder de entidades como a J.P.Morgan Chase&Co, Goldman Sachs e outras. E Alexander Hamilton
continua a ser agasalhado na tumba pelos cartéis bancários privados que ele defendeu.
Pelo ano de 1811,
os accionistas do First Bank of the United States tinham ficado ricos, enquanto se arruinava a vida dos americanos comuns pela usura sobre todas as actividades económicas vulgares. Como o Congresso havia prudentemente limitado a concessão ao Banco que terminava nesse ano de 1811, iniciou-se um movimento popular para reverter os seus estatutos, o que conduziu a uma grande quebra nos negócios do banco devido à oposição pública
4. A Guerra de 1812No ano seguinte, com a conclusão da guerra da Inglaterra contra Napoleão, os accionistas privados do Banco de Inglaterra (
maioritariamente já na mão do clã Rothschild) exigiram ao Rei George que invadisse os Estados Unidos para os forçar a aceitar de volta a ideia do sistema de um banco central privatizado, desta vez sob a égide do Bank of England. Essa guerra iniciou-se em 1812,
uma guerra que como todas as guerras, foi inventada e levada a cabo com a finalidade de obter lucro.
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5. O Segundo Banco dos Estados UnidosA guerra de 1812 falhou, e de novo a politica e as pressões financeiras foram bem sucedidas onde a força militar tinha falhado, e em 1816 o presidente Madison concessionou o Second Bank of the United States, em parte para fazer frente à dívida criada para fazer face aos gastos na defesa da nação contra a Grã-Bretanha. E pela segunda vez apareceu a inflação galopante causada pela emissão de dinheiro pelos bancos privados sem quaisquer restrições. Como no 1º Banco o período de exploração foi concedido e fixado por 20 anos. No momento em que a concessão ia terminar a nação estava de novo a lutar contra a dívida e contra a pobreza, todavia os banqueiros estavam cada vez mais ricos.
Como resultado desta situação Andrew Jackson opôs-se à renovação do Contrato com o Bank of the United States e fez disso a principal bandeira na campanha de 1832:
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“Meus Senhores. Estou habituado a observar estes homens há muito tempo e estou convencido que se tem utilizado os fundos do banco para especular sobre os bens essenciais ao país. Quando esses senhores ganham, dividem os lucros entre eles e levam-nos para casa, mas quando se perde lançam os prejuízos nas contas do banco. Dizem-nos eles que se eu nacionalizar os depósitos do banco e anular a concessão vou arruinar dez mil famílias. Isso pode ser certo, porém esse é um pecado deles! Se os deixar continuar, vou arruinar cinquenta mil famílias, e isso seria um pecado meu. Eles são uma corja de víboras e ladrões. Tenciono indicar-lhes a porta de saída e, por Deus eterno, irei expulsá-los”
Em 1835 um pintor desempregado, de seu nome Richard Lawrence, intentou disparar por duas vezes contra o presidente Jackson, mas por duas vezes as pistolas não funcionaram. Lawrence deu como razão para o ataque que com a morte do presidente o dinheiro seria mais abundante, uma referência óbvia ao
veto de Jackson à renovação da concessão do Banco privado dos Estados Unidos. Como nota de rodapé, a seguir à perda da concessão os accionistas do Second Bank of the United States resolveram continuar como um banco normal, vindo a declarar falência em 1841.
(Continua; a seguir: "A Economia Privatizada pelo Banco Central")
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