os Policias e as Prisões na Idade da Crise
Política

os Policias e as Prisões na Idade da Crise


As recentes noticias sobre as prisões secretas que a CIA mantém por esse mundo fora, já antes, em tempo denunciadas, parecem numa primeira abordagem relacionadas com o "terrorismo". Porém a "industria do encarceramento" nos EUA tem raizes bem mais profundas e muito anteriores, primeiro como prática de repressão social no seu território interno, mas agora também, como em qualquer outra actividade lucrativa gerida por privados, o "Sistema Penitenciário Privatizado" americano está ultimamente a ser desenhado tendo em vista a Globalização da "justiça" americana. Antes, já eram conhecidos inúmeros casos de presos extraditados para os EUA pelos "regimes amigos" para aí serem julgados e aí cumprirem as condenações. Agora, tambem a exportação das cadeias do Império começam a tomar forma. Existem de facto. É preciso pôr fim a isto!

“Eu quero ser importante, poder matar e não ter que pagar por isso” diz uma personagem do filme “Cidade de Deus” de Fernando Meirelles.

A ambição de ser igual aos grandes deste mundo, sempre foi apanágio dos pobres e desfavorecidos. É assim de forma normal que se pode encarar o desejo e a inveja de ser como os poderosos que são vistos nos noticiários das televisões. Natural tambem o desejo de emigrar para o eldorado da liberdade,,, para os míticos Estados Unidos. Fugidos de paises sem esperança, chegados aí, porém, vejamos como estoutro sistema social, também aberrantemente desigual, trata o lumpen e os seus marginais. Ser preso nos Estados Unidos não é simplesmente um azar redimivel. Quando se é apanhado, o crime é para ser pago a sério. Daí o desespero dos perseguidos, que não raro vemos em fugas alucinantes, preferindo ser abatidos pela policia a deixarem-se aprisionar.Obra de referência: "LockDown America" de Christian Parenti.

As Prisões de Mercado
A superpopulação penitenciária e os custos crescentes do encarceramento são as principais razões invocadas pelos governos norte-americano (seguido depois igualmente pelo britânico) para justificar a adopção de uma política sistemática de privatização de presídios a partir dos anos 80. Entre 1982 e 1992, os gastos do governo norte-americano com o sistema penitenciário subiu 248%. Óbviamente que, por uma questão de gestão eficaz, não poderão faltar presos de acordo com a capacidade de alojamento construida, pelo que a legislação terá de ir endurendo.

Um País Atrás das Grades - A taxa de criminalidade baixou 20% desde 1991. No entanto a taxa de ocupação prisional subiu 50%. De acordo com um relatório oficial divulgado tempos atrás, a população prisional dos EUA cresceu, em 2004, a uma média de 900 presos por semana, isto é, 1 em cada 138 cidadãos norte-americanos esteve na prisão. (70% destes detidos são negros ou hispânicos oriundos das classes mais desfavorecidas. Os Estados Unidos e a Somália são os dois únicos países do Mundo que condenam menores). O mesmo documento indica que o total da população encarcerada supera já os dois milhões de indivíduos, estando outros 3 milhõs abrangidos por esquemas de liberdade condicional cumprindo prestação de serviços à comunidade. No Texas, estado que já foi governado por George W. Bush, cerca de 170 mil pessoas vivem atrás das grades, ou seja 700 em cada 100 mil cidadãos encontram-se a cumprir pena numa das muitas e lucrativas cadeias norte-americanas. No passado mês de Março, dois dos maiores diários dos EUA revelavam que doenças como a tuberculose ou a hepatite propagam-se assustadoramente entre os presos, ao mesmo tempo que a administração efectua cortes nos fundos de saúde e a legislação federal vetou o acesso dos detidos ao programa de assistência médica, o Medicaid. O retrocesso da liberdade no país que se arrogava como o seu maior guardião, usando e abusando do chavão dos "Direitos Humanos"!

os gulags Americanos

Quem com ferros mata, com ferros morre. Assim, os Estados Unidos que financiaram Soljenitsyne para escrever "O arquipélago do Gulag" vê agora um seu alto responsável dizer que EUA têm prisões por todo o mundo e a Amnistia Internacional denunciar o "arquipélago" de centros de detenção norte-americanos. O número de estrangeiros presos nos Estados Unidos, que são actualmente 50.000 aumentou 15% em pouco mais de dois anos, passando de 42 mil no fim de 2001 para 49 mil em 2004, revelou um estudo do organismo de controle Government Accountability Office (GAO). Em relação ao aumento geral da população carcerária, a proporção de estrangeiros nas prisões americanas permanece estável. Os estrangeiros representam 27% do total de pessoas presas nos Estados Unidos. A grande maioria é mexicana, mas dominicanos e cubanos também são bem representados. Sobre o número de presos e de cadeias no exterior, a investigação está neste momento no auge, com os Governos nórdicos a averiguarem os vôos dos aviões da CIA nos aeroportos da Suécia, Noruega e tambem pela Espanha em Palma de Maiorca. Em Portugal, ninguém viu nada,nem sabe de nada!

Enquanto os alarmes soam no Ocidente sobre as consequências do denominado trabalho-escravo da China nas nossas condições sociais de vida, a acumulação capitalista de mais-valias já prossegue com a inovação noutros sectores de ponta mais “avançados”. O governador republicano do Estado do Wisconsin convidou recentemente a multinacional NIKE (internacional e tristemente famosa pela quebra dos direitos humanos nas relações de trabalho) para deslocalizar a sua mais importante fábrica de produção actualmente situada a Ásia, para este estado americano para o que lhes asseguraria, além das habituais benesses empresariais, o compromisso de garantir a mão-de-obra dos operários recrutada nas prisões estatais. O regime prisional americano, gerido por empresas privadas, obriga os detidos (geralmente como gado, em celas com telhados de zinco) a trabalhar por quantias irrisórias, ou a alternativa que se lhes depara é o isolamento coercivo em selas de isolamento, ou nos "huecos", celas de 1 metro quadrado apenas com rede exposta ás intempéries por tempo indeterminado, Como fácilmente se depreende, desta forma e utilizando este esquema simples, nova mão-de-obra escrava será coisa que os responsáveis pelo sistema prisional americano estão em condição de oferecer com fartura como base para um novo modo de produção organizado. Neo-escravatura, portanto! – daqui a inferir que o abastecimento de prisioneiros em quantidades necessárias não pode falhar vai um pequeno passo. A indignação levou a "Left Business Observer" a publicar na revista "Koeyu" um importante artigo, referido em grande parte pela imprensa mundial, onde se interrogava se a "¿Indústria dos Cárceres nos EUA seria apenas um grande negócio ou uma nova forma de escravidão?"



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