O assunto é sério e tem que ser tratado sem leviandade ou preconceitos. Segundo pesquisa realizada no ano passado pelo Ministério da Saúde sobre o comportamento sexual dos brasileiros e divulgada nesta sexta-feira, nos últimos dez anos a ocorrência de Aids entre as mulheres com mais de 50 anos triplicou no País. Além disso, foi constatado que aproximadamente sete em cada dez brasileiras com mais de 50 anos não usam camisinha com parceiros casuais, o que acaba por tornar as mulheres desse grupo mais vulneráveis à contaminação pelo vírus HIV.
E qual a razão para tal fato ocorrer? Segundo o estudo, o motivo está ligado a dificuldade para negociar o uso do preservativo com o parceiro, aliada à falsa percepção de que as mulheres acima dos 50 anos estão imunes ao vírus são os principais fatores que explicam essa realidade. ”Para essa geração, camisinha estava associada à prevenção de gravidez”, aponta o documento.
Outros dados divulgados: mais da metade dessas mulheres (55,3%) é sexualmente ativa. No entanto, o uso regular da camisinha nas relações casuais faz parte da rotina de apenas 28% delas. Já entre os homens nesse mesmo grupo etário, o índice sobe para 36,9%. Na média da população com mais de 50 anos, o uso do preservativo nesse tipo de relação sexual é verificado em 34,8%, proporção inferior à verificada entre o grupo de 15 a 49 anos (47,5%).
A cada ano, são identificados mais de 35 mil casos de Aids no país. Em cerca de 40% das ocorrências, o diagnóstico é feito de forma tardia, o que, segundo o ministério da Saúde, retarda o acompanhamento e compromete ainda mais o estado clínico do paciente.
Estima-se que, pelo menos, 255 mil brasileiros estejam infectados pelo vírus da Aids e ainda não tenham feito o exame.
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