Produção, Circulação e Consumo na Globalização Imperialista
Política

Produção, Circulação e Consumo na Globalização Imperialista


Há greve nas grandes superfícies comerciais na Grécia. Os trabalhadores exigem que o governo faça aprovar legislação no sentido de tornar o domingo como dia de descanso obrigatório durante todo o ano para todos os estabelecimentos de comércio retalhista, visando principalmente as grandes superfícies geridas pelos grandes grupos monopolistas do sector. É uma greve contra o Consumo, não é uma greve por melhores salários ou condições na Produção.
Quando hoje se fala na conquista dos "meios de produção" pela classe operária ou pelos "trabalhadores" - muitos se esquecem que na actual divisão internacional do trabalho, a essência do capitalismo determina-se em primeiro lugar não pela Produção (que cria Valor, mas atravessa uma crise de sobreprodução), mas pelo investimento artificial no Consumo - fabrica-se dinheiro em massa para o despejar sobre os consumidores para que estes comprem o que não podem (nem devem, nem precisam) a crédito nas catedrais do consumo, de onde resulta uma espécie de anti-Valor... que finalmente fará implodir o sistema. Tanto mais quanto a grande maioria da propriedade dos meios de produção estão fora da esfera nacional. A partir deste momento, a própria relação produção-consumo e satisfação das necessidades é deslocada para um outro patamar, diferente daquele que se encontrava presente desde o pensamento de Marx.

«e chegou enfim um tempo em que tudo o que os homens tinham olhado como inalienável se tornou objecto de troca, de tráfico, e podia alienar-se. É o tempo em que as próprias coisas que até então eram comunicadas, mas nunca trocadas; dadas, mas nunca vendidas; adquiridas, mas nunca compradas – virtude, amor, opinião, ciência, consciência, etc. – em que tudo enfim passou para o comércio. É o tempo da corrupção geral, da venalidade universal» (Karl Marx, 1867)

Dentro da esfera nacional, a teoria revisionista do desenvolvimento das forças produtivas na URSS, considerando que a luta de classes terminaria acto continuo à tomada do poder, tinha por trás a política que impôs a transformação da ditadura do proletariado em " Estado de todo o povo". Mas a estatização sob um poder único dos “meios de produção” não é sinónimo de socialismo, porque não considera a simpatia e apetência pelo consumo induzido a partir do exterior durante o período de transição entre o capitalismo e o comunismo. Na análise marxista nesse periodo prevalece a necessidade da ditadura do proletariado, principalmente sobre o Consumo, quando estes bens não possam ser supridos pela produção nacional – aqui prevalece a tese de Marx, de cada um consoante as suas possibilidades, a cada um segundo as suas necessidades, Nesta perspectiva, a construção socialista exige uma luta política e ideológica permanente para garantir a participação activa das massas a todos os niveis (2). Ou seja, a prática real da ditadura do proletariado, que significa ditadura para uma minoria, e a mais ampla de democracia para a maioria. Esta luta tem como nó central no plano teórico abater a teoria revisionista burguesa do “só desenvolvimento das forças produtivas”. A contradição fundamental na construção do socialismo é a que opôe as relações sociais impostas pelos interesses dos trabalhadores à desactualização das forças produtivas.

(1) a ler, “Sociedade de consumo, modernidade e globalização”
(2) a seguir, "Contributos do Maoismo para a teoria Revolucionária"



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