No início do ano de 2013 eu tive um pesadelo.
Sonhei o FHC dando uma coletiva geral para comemorar a vitória do Aécio, uma virada faltando dois dias das eleições.
Eu comentei isso com os meus amigos e nenhum fez caso.
E depois vieram os protestos de junho. Dilma despencou como manga madura.
E agora o Aécio mostrando o FHC e defendendo o seu legado, afirmando que tomará medidas amargas ao povo brasileiro, fazendo discurso e com foco na classe média.
Será que o PSDB conquistou de fato a classe média? E esta classe média tem poder de derrotar o PT nas eleições de 2014?
Que lições podemos tirar das eleições venezuelanas, quando Maduro ganhou por pouco?
As eleições do ACM Neto em Salvador e Artur Virgílio em Manaus?
É confiável apostar nos 110milhões (classe C emergente) de brasileiros que só pensam no consumo e não tem consciência política?
A elite está unida como nunca para derrotar o PT nessas eleições. E a mídia está também unida e centrando fogo.
Existe um caminho novo do PT para 2014?
Sim, é a Dilma ter coragem de renunciar a reeleição para a volta de Lula.
E o Lula falou mais ou menos isso em sua entrevista aos blogueiros.
Veja o post de Gadelha que segue nesta linha de pensamento, mas penso que não seja tão tarde assim acordar para a realidade de fazer o discurso para a classe média e as elites. O fato, é que as eleições de 2014 - vitória fácil - está naufragando.
Há exatamente 3 anos (14/04/2011) postei no meu Blog: “Povão ou Classe Média: em defesa de Fernando Henrique". Comentei um texto de Fernando Henrique onde ele defendia que a oposição deveria conquistar a classe média. No meu Blog, concordei: “Poucas vezes Fernando Henrique – historicamente confuso – foi tão preciso como foi agora em seu artigo O Papel da Oposição. Ele simplesmente defendeu a definição de um foco para o discurso da oposição desnorteada. E na busca do seu norte não adianta inventar muito – tem que ter afinidade, sintonia, precisão. Nem adianta a aventura de assumir o foco que o adversário já consolidou. Todos sabemos que o foco povão está nas mãos de Lula e seu PT. Fernando Henrique percebeu isso e tratou de fortalecer o foco diferencial, da classe média, mais sintonizada com tucanos e demos”. Aécio, Álvaro Dias, Roberto Freire e todo o grupo majoritário da oposição foi contra. Achavam que tinha que insistir no “povão”, onde o PT predominava – e predomina. A comentarista de política da Folha, Eliane Cantanhêde, que na época nem tratou do assunto, escreveu ontem um artigo, “Oposição mostra sua cara”, onde diz que Aécio e Eduardo Campos agora se pautam “por um discurso de Fernando Henrique, em 2011, apontando o foco das campanhas: a nova classe média, filha da estabilização da economia de FHC e da inclusão social de Lula”.
Estão chegando tarde. Deixaram um bom tempo Dilma navegar tranquilamente, com seu PAC e a imagem de gerentona (obviamente, não é nada fácil agradar a “dois senhores”, e Dilma acabou voltando atrás na conquista da classe média). Mas a oposição ficou em situação pior, como aquela pessoa que viaja para os Estados Unidos, não aprende falar inglês e esquece o português...
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