Ressurreição: a estreita Linha Vermelha
Política

Ressurreição: a estreita Linha Vermelha


"no alto da montanha em que se haviam entricheirado não vemos inimigos ferozes, mas homens apavorados sejam eles vencidos japoneses ou vencedores americanos. O terror colectivo. Um dos americanos conversa com um japonês agonizante. Em voz baixa, e num tom neutro, diz ao moribundo coisas horríveis. Que ele não tenha esperança em qualquer além que não existe, que tudo o que ele vê e os abutres no céu, são a última coisa que ele verá. Que só o nada o espera e que é um absurdo e irrisório tudo quanto o ensinaram na religião dele. Obviamente, o japonês não percebe uma palavra do que ele diz. O americano fala para si próprio, na crença mágica que temos na força das palavras, mesmo quando aqueles contra quem são dirigidas não nos ouvem. Julga que algum do seu ódio atinge o suposto interlocutor? Que pensará o japonês enquanto o ouve? Perceberá a agressão, o ódio, ou, levado pelo tom de voz, julgará que aquele outro homem o consola à hora da morte? Quando tivemos tempo para pensar nisto tudo, o japonês começa a falar. E é a nossa vez (e a vez do americano) de nada percebermos. O moribundo responde ao ódio com ódio? Fala de si próprio? Tenta transmitir-nos uma mensagem? Pede perdão? Nunca o saberemos. Os dois monólogos fazem-nos perceber que ali há tão só um homem que vai morrer e um homem que por acaso sobreviveu"
Bénard da Costa, sobre a guerra vista por Terrence Malick, hoje à noite na Cinemateca
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