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Com a compra da Pantanal, a TAM passa a explorar rotas regionais
e ganha espaço no mais lucrativo aeroporto do país


Renata Betti

Fotos Diego Alvarez Cristiano/Airliners.net, Alejandro Ruiz/Airliners.net e Sergio Neves/AE
Congonhas na mira
O presidente da TAM, Líbano Barroso: o negócio firmado na semana passada dá à empresa a oportunidade de oferecer mais dezenove voos diários em São Paulo

Anunciada na última segunda-feira, a compra da minúscula Pantanal Linhas Aéreas pela TAM, a maior companhia aérea brasileira, não chama atenção propriamente pelos números – modestos para a aviação –, mas por seu significado estratégico. Com a aquisição, a TAM conquistou algo decisivo: poderá expandir sua operação no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o mais lucrativo e um dos mais movimentados do país. Hoje, é a Gol, a segunda colocada no ranking nacional, que detém ali mais slots – autorizações de voo concedidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A situação é difícil de modificar, uma vez que, com a crescente saturação do aeroporto, a Anac estabeleceu um limite de slots para cada companhia, tomando como base sua frota e número de rotas. A maneira mais fácil para uma empresa aumentar sua operação por lá, portanto, é adquirir outra. No caso da TAM, a compra da Pantanal, do empresário Marcos Sampaio Ferreira, ex-dono da Bombril, resultou em um acréscimo de dezenove autorizações diárias de voo em Congonhas às 201 que a empresa já tinha – e isso fez com que ela superasse a Gol, com 207 slots. A Pantanal sempre usou esse espaço para voar para cidades do interior, como Maringá e Juiz de Fora – rotas que também interessam à TAM. Além disso, descortina-se para ela uma chance de fazer uso dos slots que herdou na disputada ponte aérea Rio de Janeiro-São Paulo. Tudo isso explica, enfim, o motivo de a TAM ter desembolsado 13 milhões de reais por uma empresa atolada em dívidas, com apenas 0,15% do mercado e uma frota de três aviões turboélice, que voam à metade da velocidade dos aviões a jato e acomodam até cinquenta passageiros.

Não é de hoje que a TAM tenta reaver rotas para cidades do interior, mercado em que estreou na aviação, cinquenta anos atrás – e que, por ausência de passageiros, foi abandonando ao longo das décadas. Três anos atrás, a empresa já havia firmado uma parceria com a Trip, especializada nesses voos, justamente para fincar pé nas linhas regionais. Esse é um nicho subexplorado no Brasil. TAM e Gol, que juntas respondem por 90% do mercado, chegam a apenas 30% das cidades com aeroportos no país. A tendência, no entanto, é que esse cenário mude. Com a explosão da classe C, há efervescência em regiões que não tinham nenhuma relevância econômica – e elas passam a ser um destino atraente para as companhias aéreas. É o que sinaliza, por exemplo, o aparecimento de uma empresa como a Azul, fundada em 2008 pelo americano David Neeleman, que aposta em tais rotas. Para a TAM, conquistar terreno aí se tornou crucial. "Com o país crescendo, atingir cidades de médio porte passou a ser prioridade máxima", resume o presidente da companhia, Líbano Barroso.




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