Em nenhuma das últimas três eleições presidenciais que perdeu para o PT, o PSDB conseguiu uma unidade formal tão antes do pleito quanto agora. A mensagem do ex-governador José Serra no Facebook representa não apenas a explicitação da sua desistência da disputa pela indicação do partido, mas, sobretudo, a liberação de políticos ligados a ele.
Assim o senador Aloysio Nunes Ferreira pode atuar com mais desembaraço para se colocar como vice em uma provável chapa café com leite (São Paulo e Minas juntos) e, mais que isso, o governador Geraldo Alckmin pode dizer o que disse ontem sem ferir suscetibilidades: Aécio Neves já é o candidato do PSDB a presidente da República.
Isso não quer dizer que estejam dadas todas as condições para a atuação unida no principal colégio eleitoral do país, fundamental para qualquer eleição presidencial. A tal ponto que Aécio costuma dizer que, se vencer em São Paulo por uma diferença mínima que seja, terá praticamente garantida a vitória final.
A recíproca, no entanto, também é verdadeira: se Dilma conseguir vencer em São Paulo, e o PT fizer o governador do estado após mais de 20 anos, o partido estará consolidando sua hegemonia na política brasileira.
A união em São Paulo é fundamental para o projeto de Aécio, e por isso ele finge que não viu a atuação de Alckmin junto a seus aliados para levar o PPS para os braços de Eduardo Campos. O presidente do ex-partido comunista deve seu mandato a Serra, que o levou para São Paulo dando legenda e apoio político. E é pernambucano, o que o aproxima de Campos.
A esses dois fatores juntaram-se os interesses imediatos do governador Alckmin, que quer ter o PSB a seu lado, quem sabe até com nome a vice na chapa, na campanha para o governo de São Paulo. Aécio sabe que numa campanha como esta os interesses regionais muitas vezes assumem caráter prioritário.
Ele mesmo é acusado de ter relegado a segundo plano as eleições presidenciais de Alckmin e Serra para tratar da sua eleição em Minas, aceitando a prática do voto Lulécio (Lula e Aécio) e mais adiante o Dilmasia (Dilma e Anastasia). Por isso, faz vista grossa às composições regionais que eventualmente possam prejudicar sua candidatura, mas trata de montar alianças na política paulista que impeçam sua "cristianização".
A seu favor estão sua capacidade de aglutinação e a necessidade de o governador Alckmin ter um palanque forte em São Paulo para combater a tentativa do PT de invadir seu território político com a candidatura do ministro Alexandre Padilha. Há também a possibilidade de Eduardo Campos ser impedido por acordos com o grupo de Marina Silva de fazer alianças em São Paulo, no Rio e em Brasília, estados onde a ex-senadora teve votações marcantes na eleição de 2010 e quer manter sua influência política.
Estaria em curso um acordo para que a Rede Sustentabilidade lance candidatos com o apoio do PSB nesses estados, o que impediria Campos de participar do mesmo palanque que o PSDB em São Paulo. Há ainda outra condição primordial para a criação de um ambiente propício à atuação competitiva da oposição: a união entre Campos e Aécio para uma eventual disputa do segundo turno.
Por isso, Aécio também não reage publicamente ao assédio que Campos vem fazendo não apenas ao PPS, mas também ao DEM, tentando especialmente o apoio do prefeito de Salvador, ACM Neto.
Nesses casos, o trabalho tem que ser feito nos bastidores, como está sendo feito, garantindo até o momento a fidelidade do baiano.
Os dois mais relevantes candidatos oposicionistas trabalham nas mesmas áreas no mundo empresarial e financeiro, setores insatisfeitos com a atuação do governo Dilma, e também no mundo político, explorando as insatisfações de pequenos partidos com o relacionamento com o PT e com a própria presidente Dilma.
Inevitável que volta e meia tenham interesses semelhantes, e esses desencontros terão que ser bem administrados para que o trunfo de uma oposição unida, até então inexistente nas disputas presidenciais, não seja perdido.
Assim o senador Aloysio Nunes Ferreira pode atuar com mais desembaraço para se colocar como vice em uma provável chapa café com leite (São Paulo e Minas juntos) e, mais que isso, o governador Geraldo Alckmin pode dizer o que disse ontem sem ferir suscetibilidades: Aécio Neves já é o candidato do PSDB a presidente da República.
Isso não quer dizer que estejam dadas todas as condições para a atuação unida no principal colégio eleitoral do país, fundamental para qualquer eleição presidencial. A tal ponto que Aécio costuma dizer que, se vencer em São Paulo por uma diferença mínima que seja, terá praticamente garantida a vitória final.
A recíproca, no entanto, também é verdadeira: se Dilma conseguir vencer em São Paulo, e o PT fizer o governador do estado após mais de 20 anos, o partido estará consolidando sua hegemonia na política brasileira.
A união em São Paulo é fundamental para o projeto de Aécio, e por isso ele finge que não viu a atuação de Alckmin junto a seus aliados para levar o PPS para os braços de Eduardo Campos. O presidente do ex-partido comunista deve seu mandato a Serra, que o levou para São Paulo dando legenda e apoio político. E é pernambucano, o que o aproxima de Campos.
A esses dois fatores juntaram-se os interesses imediatos do governador Alckmin, que quer ter o PSB a seu lado, quem sabe até com nome a vice na chapa, na campanha para o governo de São Paulo. Aécio sabe que numa campanha como esta os interesses regionais muitas vezes assumem caráter prioritário.
Ele mesmo é acusado de ter relegado a segundo plano as eleições presidenciais de Alckmin e Serra para tratar da sua eleição em Minas, aceitando a prática do voto Lulécio (Lula e Aécio) e mais adiante o Dilmasia (Dilma e Anastasia). Por isso, faz vista grossa às composições regionais que eventualmente possam prejudicar sua candidatura, mas trata de montar alianças na política paulista que impeçam sua "cristianização".
A seu favor estão sua capacidade de aglutinação e a necessidade de o governador Alckmin ter um palanque forte em São Paulo para combater a tentativa do PT de invadir seu território político com a candidatura do ministro Alexandre Padilha. Há também a possibilidade de Eduardo Campos ser impedido por acordos com o grupo de Marina Silva de fazer alianças em São Paulo, no Rio e em Brasília, estados onde a ex-senadora teve votações marcantes na eleição de 2010 e quer manter sua influência política.
Estaria em curso um acordo para que a Rede Sustentabilidade lance candidatos com o apoio do PSB nesses estados, o que impediria Campos de participar do mesmo palanque que o PSDB em São Paulo. Há ainda outra condição primordial para a criação de um ambiente propício à atuação competitiva da oposição: a união entre Campos e Aécio para uma eventual disputa do segundo turno.
Por isso, Aécio também não reage publicamente ao assédio que Campos vem fazendo não apenas ao PPS, mas também ao DEM, tentando especialmente o apoio do prefeito de Salvador, ACM Neto.
Nesses casos, o trabalho tem que ser feito nos bastidores, como está sendo feito, garantindo até o momento a fidelidade do baiano.
Os dois mais relevantes candidatos oposicionistas trabalham nas mesmas áreas no mundo empresarial e financeiro, setores insatisfeitos com a atuação do governo Dilma, e também no mundo político, explorando as insatisfações de pequenos partidos com o relacionamento com o PT e com a própria presidente Dilma.
Inevitável que volta e meia tenham interesses semelhantes, e esses desencontros terão que ser bem administrados para que o trunfo de uma oposição unida, até então inexistente nas disputas presidenciais, não seja perdido.