Sindicatos A briga pelo cofre do FAT
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Sindicatos A briga pelo cofre do FAT




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Vacilou, dançou

O ministro do Trabalho aproveita um cochilo da oposição para colocar
um aliado no comando do bilionário Fundo de Amparo ao Trabalhador


Fábio Portela

Fotos Marcos Arcoverde/AE e Andre Dusek/AE
ATROPELOU O ministro Carlos Lupi se uniu aos sindicatos para eleger o novo presidente 
do conselho do FAT. A senadora Kátia Abreu, que já contava com a vaga, ficou na saudade

 

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, do PDT, impôs uma dura derrota à oposição. O centro da disputa foi o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), abastecido com dinheiro de impostos e controlado por um conselho deliberativo que inclui governo, sindicatos de empresários e de trabalhadores. Por um acordo de cavalheiros, a presidência do conselho é rotativa: cada bloco passa dois anos no comando. Até a semana passada, quem dava as cartas no FAT eram os trabalhadores, mais especificamente a Força Sindical, central vinculada ao ministro Lupi. No próximo biênio, o controle caberia aos empresários. As quatro maiores associações patronais – as confederações da indústria (CNI), da agricultura (CNA), do comércio (CNC) e do sistema financeiro (Consif) – se articularam para escolher um nome. Decidiram deixar a indicação para a CNA, presidida pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO). Só que excluíram das negociações duas outras associações patronais, a de serviços (CNS) e a de turismo (CNTur). Aí, abriram uma brecha para que Lupi os derrotasse.

O presidente da CNS, Luigi Nese, havia se candidatado a presidente do conselho, mas não foi levado a sério pelas outras confederações por ser um novato: a instituição que ele preside não tem um ano de vida e só ingressou no conselho do FAT em abril. "Quando eu disse que queria disputar a indicação, responderam que 'pato novo não pia'. Um desrespeito", diz Nese. Ele, então, recorreu a Lupi. O ministro anteviu a oportunidade de dar um tombo na senadora Kátia Abreu, aguerrido nome da oposição, e prometeu apoio a Nese. Munido da bênção oficial, cabalou votos nas centrais sindicais. No dia da eleição, nadou de braçada: elegeu-se com o apoio do ministro e dos sindicatos. "O que aconteceu foi consequência da postura hostil e raivosa que a senadora Kátia Abreu e o DEM mantêm em relação ao governo e às centrais sindicais", diz Lupi.

O ministro gaba-se de ter vencido sem quebrar a alternância de poder, já que o novo presidente dirige uma confederação patronal. O grupo da senadora, que ameaça abandonar o fundo, tem outra leitura: Nese seria apenas um preposto de Lupi. Na presidência do conselho, ele comandará um orçamento de 43 bilhões de reais em 2010, ano em que se elegerão o presidente da República, governadores, deputados e senadores. A maior parte desse dinheiro é gasta no seguro-desemprego e no abono salarial do PIS. Mas uma parcela pode ser manobrada por meio de empréstimos do BNDES e de programas de qualificação profissional tocados pelas centrais sindicais. A oposição teme que esses recursos, sob a presidência de Nese, acabem no caixa dois de políticos da base governista. Olho nele, Kátia.

 




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