Terrorismo, e o número de telefone da Elsa Raposo
Política

Terrorismo, e o número de telefone da Elsa Raposo


O post é sobre Imigração e o aproveitamento político tendencioso que o Poder faz sobre os dramas sociais causados pela guetização das classes pobres. A segunda parte do título destina-se a caçar os otários que chegam aqui através do google; isso mesmo, como você, seu palerma.
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No dia 6 de Dezembro a Polícia executa a tiro o jovem Alexis Grigoropoulos de 15 anos em Atenas. O crime gerou uma onda de revolta contra um governo que mais tarde se haveria de reconhecer a si próprio como corrupto (um mês depois o 1º ministro pediu desculpas públicas pela corrupção ao mesmo tempo que simulava uma remodelação ministerial). A violência aumenta por toda a Grécia com manifestações e greves gerais. A 17 de Dezembro os protestos de solidariedade alastram a diversas cidades europeias. Das vésperas de natal até aos princípios de Janeiro verificam-se disparos de armas de fogo contra os agentes da repressão policial que dia para dia usam métodos de maior violência. As agências de comunicação do governo fazem crer à opinião pública que a origem da revolta social reside em acções “terroristas” ao mesmo tempo que culpa “grupos de estrema-esquerda registados como organizações terroristas pela União Europeia”.
Já depois disso, activistas do movimento descobrem que existe uma plataforma giratória de abastecimento de armamento para Israel através da Grécia, o que coloca o ónus do extremismo e do terrorismo de novo no lado do governo. Prevalece contudo uma espécie de prática decretada a partir das instâncias de cúpula da União Europeia que determinam que na mesma medida que se aplicam medidas repressivas sobre a contestação social, a acção psicológica induzida sobre as massas deve diabolizar os movimentos politicos de Esquerda. Se pretensamente já se deitou o Bush para o caixote do lixo, porque não seguirá de imediato Barroso o mesmo destino?
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Na segunda semana de Janeiro a Polícia abate a tiro o jovem Edson (Kuku) Sanches de 14 anos no Bairro da Falagueira nos subúrbios de Lisboa. O agente usou uma arma de 9 m/m para disparar à queima roupa sobre a cabeça da vítima, acusando-a de usar uma pistola, facto que é desmentido veementemente por testemunhas. A extrema direita xenófoba empola a questão acusando os "habitantes dos bairros problemáticos de potenciais cadastrados com ligações a grupos radicais". Dias depois do funeral pacífico de “Kuku” os jornais noticiam com grande alarmismo uma manifestação de homenagem ao jovem morto para o Casal da Boba em frente à esquadra da policia. A 17 de Janeiro as agências de comunicação do governo e da PJ induzem os jornais a escrever títulos bombásticos avisando para o apoio à manifestação de grupos radicais de extrema esquerda, alertando para “o risco de acções terroristas” pondo a questão nestes termos: “Tensão. O caso do jovem morto pela polícia, na Amadora, teve impacto internacional nos movimentos esquerdistas. A polícia sabe que estes estão a ganhar terreno em Portugal. Pretendem uma revolta contra a polícia, que acusam de "assassinar" negros em "execuções sumárias", com a conivência do Governo". Notícias posteriores dão conta de desacatos. O que é pura e simplesmente mentira!. Como única acção referenciada no terreno existe apenas uma colecta de fundos a favor da família da vítima organizada pela associação cívica “Plataforma Gueto”. O Ministério Público ainda não decidiu se acusa o agente da polícia de homicídio ou se arquiva o processo.
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“Estão a ser julgados quatro activistas das associações Terra Viva, Essalam (imigrantes magrebinos), AACILUS (afro-brasileira) e Musas, acusados de “difamação agravada” do “bom nome” do SEF. Os factos remontam a Junho de 2006, quando essas associações convocaram uma “Manifestação de Luto Imigrante” no Porto, em protesto contra o tratamento humilhante a que eram submetidos os trabalhadores estrangeiros pelo SEF daquela cidade, o que teria provocado o suicídio de Hamid Hussain, paquistanês, trabalhador da construção civil. Casado, com dois filhos e a viver legalmente há cinco anos em Portugal, ao pretender renovar a sua autorização de residência, foi-lhe exigido pelo SEF do Porto provar que tinha um rendimento anual superior a 5.400 euros. Não o podendo provar, alegou que muitos portugueses não ganhavam tal quantia e exigiu que o Estado português lhe devolvesse os descontos que havia feito, para poder regressar ao seu país. Foi ridicularizado, enxovalhado, maltratado e ameaçado de expulsão. Entrou em depressão, acabando por se lançar da ponte D. Luís. O seu cadáver foi descoberto pela família – no Instituto de Medicina Legal e prestes a ser incinerado – que não fora avisada de nada, apesar de nas roupas de Hamid Hussain se encontrarem o passaporte e o seu número de contribuinte. (Imagine-se se o caso se passasse com portugueses em Espanha ou em Angola).

Na altura o ACIME (hoje ACIDI) do Porto convocou estas associações para uma reunião em que lhes manifestou o seu desagrado pela denúncia pública que haviam feito, acabando mais tarde por as excluir do programa “Escolhas”. Meses depois o responsável pela delegação do SEF do Porto, Eduardo Margarido, seria demitido em consequência das crescentes queixas de imigrantes e associações sobre o tratamento a que eram sujeitos naquela polícia” (#3. publicado na Politica Operária Dez.2008)
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