Política
Triste caudilho O GLOBO EDITORIAL,
Como era de esperar, durou pouco a aparente boa vontade de Hugo Chávez para com a oposição, que lhe impôs duras derrotas nas eleições de 23 de novembro. Num movimento pendular, antes do pleito o líder bolivariano ameaçou prender quem derrotasse seus candidatos e até pôr tanques na rua para “defender a revolução”. Encerrada a apuração, com a enganosa vitória oficial em 17 dos 22 estados, pareceu adotar uma atitude conciliatória.
Mas o tom logo mudou: o caudilho voltou a colocar na ordem do dia manobras políticas que lhe permitam permanecer indefinidamente na Presidência.
Para ver sua fixação transformada em realidade, o líder venezuelano faz pouco caso da derrota sofrida por sua proposta no referendo popular de dezembro de 2007. “Se vamos fazer (um novo referendo sobre a emenda da reeleição), será para vencer. E vencer por nocaute!”, disse Chávez.
Na mesma linha, insiste em contestar a eleição de seu principal opositor, Manuel Rosales, ex-governador do estado de Zulia e eleito agora para prefeito de Maracaibo, capital estadual. Antes mesmo do pronunciamento da Justiça sobre acusações de corrupção a Rosales, Chávez já fala em prisão do rival e de nova eleição naquela região.
De acordo com a Constituição, o líder bolivariano deve abandonar o poder em 2012 (depois de 13 anos na Presidência!), mas isso para ele é pouco. Sua fixação é o ano de 2021, bicentenário da batalha de Carabobo, quando Simón Bolívar comandou a campanha contra a Espanha e consolidou a independência da Venezuela.
Bolívar, o Libertador, assumiu poderes ditatoriais em 1828. Chávez gosta de dizer que a Venezuela é uma democracia, mas não se acanha em fazer e desfazer — em todas as áreas da vida nacional — e de propor reeleição indefinida.
Com quatro anos de mandato ainda pela frente, deveria aproveitar para recolocar o país no lado certo do espectro político latino-americano — aquele que prega o fortalecimento da integração regional para aumentar o cacife nas negociações com o resto do mundo. Antes, Chávez insiste em manter a Venezuela em rota de colisão com os EUA e o bom senso, levando em seu barco Bolívia, Equador e Paraguai, com o apoio decidido de Cuba e envergonhado da Argentina. É melancólico.
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