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Luz sobre o PAC

Fotos Manoel Marques e Leo Caldas/Ag. Titular
Duas faces do plano·Incluídas no PAC, a transposição do Rio São Francisco (à esquerda) e a construção das eclusas de Tucuruí apresentam ritmos opostos. A primeira segue devagar; a segunda, em alta velocidade

Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou o segundo mandato, sua primeira providência foi anunciar a criação do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, cuja meta era sanar as deficiências históricas da infraestrutura brasileira e, ao mesmo tempo, movimentar a economia do país por meio de investimentos pesados em projetos de grande envergadura. À frente do plano, na condição de coordenadora, Lula colocou a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, provável candidata do PT à Presidência da República em 2010. Esse fato acrescentou ao PAC um ingrediente político que vem prejudicando a análise clara e independente do andamento do plano. Do lado do governo, sobra triunfalismo. Ao longo dos últimos dois anos e meio, os balanços oficiais exibiram índices de eficiência incompatíveis com o que se observa nos canteiros de obras. Da parte da oposição, o PAC é lembrado apenas pelo seu inegável papel de propaganda oficial que visaria a acelerar não somente o desenvolvimento, mas também a candidatura da ministra Dilma.

A análise clara e independente do plano pode ser encontrada nesta edição de VEJA. Sob o comando do editor Fábio Portela, uma equipe de quatro repórteres percorreu, de carro, 8 500 quilômetros para visitar 48 municípios, em catorze estados. O trabalho em campo foi complementado por um mergulho nos números do orçamento federal relativos ao PAC. São informações restritas. A reportagem de VEJA teve acesso a elas graças à ajuda da ONG Contas Abertas, autorizada por congressistas a fazer pesquisas na base de dados do programa. O quadro que emergiu desse trabalho mostra que o PAC existe, sim, ao contrário do que afirmam seus críticos mais ácidos. Suas ações podem ser verificadas no interior do Brasil. No entanto, até o momento, o plano tem um alcance bem menor do que o alardeado pelo governo. De acordo com o levantamento feito por VEJA, somente 30% das obras de grande envergadura estão no ritmo previsto. A ser mantido o atual nível de investimentos, 70% delas estarão com o cronograma atrasado ao fim do mandato do presidente Lula.




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