Política


Para não provocar grandes pânicos a Bolsa preparou o dia de anúncio do desmoronamento de mais três gigantes financeiros norte americanos para sexta feira passada, véspera de mais um fim de semana estival. Por acaso esteve uma grande ventania, e não só por cá.
A onda de choque especulativa iniciada em Agosto do ano passado atingiu desta vez a Lehman Brothers cujas acções cairam 15 por cento (perdas de 50 por cento desde Março), e os dois gigantescos “brokers” do imobiliário Fannie Mae e Freddie Mac que caíram 14 e 23 por cento em Wall Street. A crise bancária exportada pelos EUA primeiro para a Europa e de seguida para o mundo inteiro tem como protagonistas centrais os líderes hegemónicos da especulação financeira à escala global.
Estas últimas duas empresas financeiras de hipotecas sobre imobiliário são responsáveis (segundo a Bloomberg) pela garantia de 12 triliões de dólares. O valor das suas acções desvalorizou-se este ano de 67 por cento e, antes do governo, pela voz do secretário de Estado do Tesouro Henry Paulson, acudir pela primeira vez ao seu salvamento (por sugestão/pressão, do senador republicano John McCain e do democrata Charles Schumer:-)), tinham anunciado perdas na ordem de 77 biliões de dólares – o que coloca as duas empresas à beira da bancarrota. Esse capital evaporado já não existe e, ainda segundo a Bloomberg a Freddie Mac já deve 5.200 milhões para além do valor de todos os seus activos – que foram fraudulentamente inflaccionados – que se continuam a desvalorizar. De notar, como se continua a assegurar (ver gráfico) que 2,4 triliões de dólares de hipotecas estão garantidas pelo património real; porém é notável como se assume já grande parte das restantes como “acções de valor delinquente” (Deliquency rates). Um caso de polícia portanto – o que mereceria mais que uma exígua “caxa” invarialvelmente na página 40 dos diários nacionais.

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A Fannie Mae foi originalmente constituida em 1938 pelo Governo Federal com o objectivo keynesiano de constituir um fundo de investimento para o mercado de hipotecas sobre o imobiliário (Uma casa própria para todos, mesmo que não ganhem para isso, esperava-se que ganhassem). Desde 1968 passou a ser uma corporação privada; Obviamente agora ninguém tem nada a ver a contabilidade privada. Salvo quando o Estado intervém imprimindo mais dinheiro para tapar os buracos (mais inflação), socializando os prejuizos das empresas fulcrais do sistema por todos os contribuintes em geral.

Poder-se-ia dizer que o problema “é lá fora”; que temos uma blindagem qualquer que imuniza o nosso sistema e nós não pagamos nada por isso (excepto os custos invisíveis indexados pela inflação). Porém as práticas fraudulentas são globais. E não se trata de relativizar os efeitos, mas sim de apurar as causas do desmoronamento do sistema. Depois de “fabricar” aumentos de capital não registados nos tais 17 off-shores, do buraco de 700 milhões “não detectado graças à negligência e passividade dos reguladores”, empréstimos a clientes vip para comprar acções de fundos de investimento especulativos, concessão de crédito a fundo perdido a familiares dos administradores, o “terramoto BCP na alta finança” nacional fica cada vez mais perceptível para o comum dos mortais: o “Semanário Económico” afirma que o MillenniumBCP continua a retirar crédito malparado ao balanço, contabiliza activos que não tem e desmobiliza as provisões para garantir a cobrança do crédito, melhorando assim os rácios de solvabilidade que apresenta. A prática vem das anteriores administrações e é seguida por Santos Ferreira.

* IndyMac torna-se o 5º banco a falir nos EUA este ano
* Efeito dominó. Espanha: com 8 mil milhões de dólares de prejuizos, uma das maiores imobiliárias, a Martinsa Fadesa, declarou-se insolvente
* EUA/Global - Mais bancos na linha vermelha
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