Política
"mente, mente, que alguma coisa fica"
À primeira pergunta “quem praticou e como aconteceram os atentados?” (
BBC) responderam os "
especialistas em terrorismo" de todos os quadrantes ajudando
a demonizar o Islamismo: o New York Times e todos os jornais de Murdoch foram os primeiros a
culpar a Ansar al-Jihad al-Alami, como uma reacção aos países que consentiram em publicar as caricaturas de Maomé, vindo depois à baila Al Zawahiri, a Al Qaeda, a guerra do Afeganistão, retaliação por Gaza, o Hamas – a imprensa neocon e de pasquim (como o nosso Correio da Manhã) embalou o papão do terrorismo da Al-Qaeda. Só faltou mesmo o Bin-Laden porque já não está disponível.
Falta porém um cromo na colecção do terrorismo:
IsraelNa última quinta feira o ministro norueguês dos negócios estrangeiros Jonas Gahr Store tinha pedido a demolição do Muro de separação israelita e a imediata desocupação da Palestina por Israel, durante o acampamento de Verão dos jovens sociais-democratas da “
Labour Youth League” (
entre nós conhecidos por “Jotinhas”) na ilhota de Utøya (
Reuters)
Para se compreender
a importância dos Jotinhas no futuro da contrafacção política, basta assinalar o facto de, por exemplo, em Portugal termos dois deles colocados às ordens dos poderes ocultos que realmente decidem o destino dos povos, P.Passos Coelho no governo A.J.Seguro na “oposição” como alternativa de governo.
E acabou.
Se levarmos em conta a afirmação do jornal norueguês Verdan Gang que o “Manifesto” do autor dos atentados de Oslo “
2083, Uma Declaração Europeia de Independência” (1)
é um plágio do “Manifesto do Unabomber” de 1995 deve ter-se em atenção que este último é uma crítica feroz onde se sublinha com frequência
o tema da perda de poder dos indivíduos nas sociedades tecnológicas ocidentais: “Com efeito, verifica-se nos Estados Unidos um fosso cada vez maior entre, por um lado, a incitação constante à responsabilidade e aos dinamismo da produtividade, para dar provas de liberdade e iniciativa privada (duas das
palavras-chave da ideologia do Capital) e, por outro lado, a realidade de facto vivida pela maioria das pessoas, que têm consciência de se ver
totalmente dominadas pelas administrações (públicas e privadas) e não dispõem de nenhum poder efectivo” (2). É necessário também notar que o professor de inspiração neo-ludita
Ted Kaczynski um “terrorista” formado em Harvard,
usou a palavra "esquerda" há 16 anos atrás no “Manifesto do Unabomber” referindo-se apenas á esquerda norte-americana,
o que como se sabe é coisa que ali não existe; e na Europa pós-operação Gládio degenerou no finado “eurocomunismo” e nas caricaturas dos “partidos socialistas” que conhecemos. Segundo o Verdan Gang
esse termo “esquerda” teria sido agora substituído nos diversos parágrafos do manifesto do norueguês Anders Behring Breivik por "Multiculturalismo" e "Marxismo cultural". Efectivamente Breivik vê-se a si próprio como
um Cruzado em guerra contra os traidores da "Aliança Marxista-Islamista". Infere-se daqui o que disse
Nuno Rogeiro depois de ler as 1500 páginas do livro de autoria do terrorista norueguês: que
o homem “não era parvo nenhum” – tinha uma
ideologia Individualista muito próxima da sua e dos comentadores mainstream e até citava
John Stuart Mills: “
Uma pessoa com uma convicção é igual à força de cem mil que têm apenas interesses”. No seu tempo assim seria, mas hoje em dia, olhe que já não...
Passado a primeira impressão de
fazer pressupor ás opiniões públicas mais um dos ataques no contexto do “choque de civilizações” (daí o titulo deste post "mente, mente, que da mentira alguma coisa fica", uma citação da frase famosa de Joseph Goebbels)
os factos não confirmaram aquilo que muitos pensaram e a estória teve de ser revista. De facto tinha sido
um dia trágico para a Noruega e mais um dia vergonhoso para o jornalismo empresarial“uma vez que decidas atacar, é melhor matar logo muitos em vez de apenas um número que não seja suficiente, ou arriscas-te a reduzir o impacto ideológico do ataque”
(
Anders Breivik)
Finalmente o suspeito pelo massacre na Noruega foi
classificado como Ultradireitista e Islamofóbico pela polícia, um Cruzado Cristão que teve simpatias por organizações Neonazis e
pertenceu a uma loja Maçónica, tal como George W. Bush, Tony Blair e Barack Obama, todos indivíduos que actuam por directivas ocultas na boa tradição expansionista de Napoleão. A partir do manifesto datado “
Londres 2011”
a polícia investiga ligações de Breivik a militantes de extrema direita da “Defence League” na Grã-Bretanha, país multicultural onde 13% dos jovens muçulmanos ocidentalizados simpatizam e estariam
dispostos a dar apoio à ideologia da Al-Qaeda. Que se poderá engendrar com esta
massa que é uma percentagem algo superior à do partido de Paulo Portas que tem a importância de um ministro dependente da NATO?
E aqui radica a segunda linha de mentiras e reacções estranhas aos atentados:
"foi atacada uma nação pacífica" disse em primeira mão o jornal New York Times. Pacífica? a Noruega como membro da NATO despejou recentemente 370 bombas sobre a Líbia - "Foram acções atrozes, mas necessárias",
diz o autor do massacre norueguês Anders Breivik,
o mesmo que a NATO (3) poderá dizer do terrorismo que praticam sobre a Líbia na mira de rapinar as matérias primas que asseguram a sustentabilidade da hiper-civilização tecnológica pós-industrial (4)
Porque razão
individuos tresloucados são tantas vezes atiradores especiais com sucesso logo na primeira tentativa sem qualquer treino efectivo? (
Guardian) A polícia norueguesa
recusou-se a comentar a forma fácil (e assumidamente legal) como o viking Breivik obteve as armas e munições para cometer assassínios em massa, ou a facilidade que teve em adquirir, armadilhar com artefactos reservados e transportar uma carga de 600 quilos (5) com que rebentou com o edifício de um Ministério. Bom,
¿como vamos a pedir ao governo e à policía para investigar a extrema-direita se são eles mesmo?Noutra parte do mundo ocorrem coisas estranhas que têm a ver com estas: “
o governo norte-americano está a conceder mísseis, granadas e outro armamento exclusivo de uso militar a determinados cartéis de droga do México" - organizações que têm espalhado o terror e cometido massacres idênticos ou ainda piores, só que faseados… e mais estranho ainda:
os EUA têm financiado os grupos dissidentes Talibans contra os quais promovem a guerraEm excertos do livro do autor dos atentados de Oslo mostra-se igualmente a intenção de
apoiar os mais fortes com ligações mais seguras aos governos, “os militantes do “
partido trabalhista” são traidores, como os Nazis” afirmando ter
esperança em influenciar milhares de pessoas com este ataque” (6).
É um convite velado à
ilegalização dos “
extremistas de todos os quadrantes”, corroborado por
José Manuel Anes quando afirma, sobre as ameaças á antiga “Junta de Energia Nuclear” administrada na sua fundação pelo
ultra-fascista Kaulza de Arriaga, que “
todos os totalitarismos devem ser contidos” (menos a sua própria Causa). Com a esquerda destruída os cães de guarda ao capitalismo já afiam as dentuças para morder os militantes de tendências a quem eles mentirosamente
chamam de (“extrema”) Esquerda
notas
(1) A obra teórica do assassino: "
2083 – A European Declaration of Independence"
(2) "
Manifesto do Unabomber, O Futuro da Sociedade Industrial”, edições Fenda, 1996, página 38
(3) Os ataques terroristas na Noruega foram uma operação de false-flag: "
terão sido uma vingança da NATO pela recusa da Noruega em continuar os bombardeamentos na Líbia?"
(4)
Introdução ao Manifesto do Unabomber: “As consequências da revolução industrial foram desastrosas para a raça humana. Aumentaram bastante a esperança de vida dos habitantes dos países “avançados”, mas desestibilizaram a sociedade, tornaram a vida insignificante, submeteram os seres humanos a vexames, levaram ao sofrimento psicológico generalizado (e no Terceiro Mundo também ao sofrimento físico), infligindo igualmente danos irreparáveis à própria natureza. O constante desenvolvimento da tecnologia irá piorar a situação. Submeterá os seres humanos a maiores ultrajes e infligirá danos ainda maiores à natureza; irá provavelmente acarretar uma maior instabilidade social e miséria psíquica,
podendo até levar a maiores sofrimentos físicos nos países “avançados” - ibidem, obra citada, 1996
(5) a segunda tragédia são as mentiras: "
os carros bomba usam explosivos militares, não usam fertilizantes"
(6) Uma influente analista norte americana diz que “iremos ver mais um bom número de actos de terrorismo islâmico e de extrema-direita (…) devido à a mudança porque passa a Europa com um decréscimo nos standards dos níveis de vida e confusão na segurança de emprego nas classes médias, apesar do relativo influxo de imigrantes…” (
fonte)
(7) Gravura: Nevoeiro Urbano na Sociedade Industrial, século XIX
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