É preciso dizer, que o 25 de Abril, foi um golpe-de-Estado levado a cabo por militares, que pela manhã desse mesmo dia apelaram ao Povo para que permanecesse em casa e não saísse à rua, pois o golpe era um assunto que dizia respeito unicamente a militares. Contra a vontade dos militares, o Povo não ficou em casa e saiu á rua em massa, sem medo das consequências do que lhes poderia acontecer, envolveu-se com os militares aos gritos de VITÓRIA E LIBERDADE! sendo este facto importante para o êxito do golpe. Foi a presença do Povo no Largo do Carmo que levou à prisão dos membros do antigo regime. Foi a pressão do povo na sede da pide aos gritos de "MORTE Á PIDE" que levou á prisão dos esbirros da pide. Foi a presença do Povo junto das cadeias que levou à libertação dos presos políticos". (Discurso lido pelo representante do PCTP/MRPP na sessão solene de ontem em Santa Iria da Azóia)
40 anos depois, "vivemos hoje, em Portugal, sob o império de uma contra-revolução política e económica, com o pretexto da dívida e a alegação de se viver acima das nossas possibilidades. O governo de traição nacional Coelho/Portas, com o patrocínio do presidente da República, estão a impor aos portugueses uma nova ditadura do tipo fascista já em avançado estado de implantação. A política em curso de desvalorização interna do Trabalho, de par com o açaime imposto pelo Tratado orçamental, impedem Portugal de recuperar a sua autonomia, a sua soberania, a sua independência política e económica (...) As próximas eleições europeias de 25 de Maio deverão servir para que o povo português, na iminência de uma vitória da direita e da extrema-direita à semelhança do que acontece um pouco por toda a União Europeia, marque desde já a sua posição de luta determinada pela democracia e pela independência nacional, que só pode ser conseguida pela saída do Euro e pelo regresso à capacidade de emitir de novo o Escudo como moeda que salvaguarde a soberania monetária do país e o possa libertar para voltar a poder decidir livremente sobre o seu destino. (Luta Popular, 4ª parte do ensaio "Fora o Euro, Venha o Escudo"