25 de Novembro, o dia em que se concertou a politica do Povo não poder subir as escadarias de acesso ao Poder
Política

25 de Novembro, o dia em que se concertou a politica do Povo não poder subir as escadarias de acesso ao Poder


Nota comemorativa da efeméride. Termina hoje dia 25 o prazo após o qual o processo dos submarinos que envolve o vice-1ºministro é arquivado

17 de Maio de 1975. Ocupação do jornal "República" pelos trabalhadores contra a direcção do maçónico Raul Rego (PS) que tinha transformado aquele orgão "de informação" num feroz meio de propaganda anti-comunista.

"ameaça comunista"; nem o Presidente da República escapava
Militantes da linha social-fascista do PCP ameaçam controlar o processo. Perante o impasse considera-se encerrar o jornal. Em frente junta-se uma multidão; grita-se e exibem-se cartazes: "o República é do Povo, não é de Moscovo"... "Fechar o República é trair Portugal"..."Não se pode ignorar a vontade popular"... "fechar o jornal é fazer o jogo do Cunhal" - Aparecem as chaimites do Copcon "para manter a ordem". O ministro da Comunicação Social comparece igualmente para tentar impor o ponto de vista do governo: "O República é propriedade privada dos seus accionistas; é à administração que pertence o suporte legal para fazer o que quiser e entender; não me parece que o jornal seja assim tão partidário como se afirma; logo, quem não estiver de acordo que mude de casa". Um major chega à varanda mas não tem sequer oportunidade de abrir a boca, é vaiado pela multidão que pergunta: "de que lado está o MFA?" a 28 de Maio o Copcon prende 400 militantes do MRPP. O Expresso publica em editorial: "se o VI Governo falhar em restabelecer a confiança, recuperar a economia e desfazer os falsos mitos, se readquira personalidade e o auxilio externo surja sem imposição de condições aviltantes para a independência nacional, a seguir vem o fascismo, a ditadura militar, a intervenção estrangeira. A revolução será enterrada sem cerimónias fúnebres e desfeitas estarão as belas esperanças penosamente ressuscitadas". Por acaso (!) Caído o governo de Vasco Gonçalves governa a nóvel coligação PS-PSD presidida pelo Almirante Pinheiro "Bardamerda" Azevedo. Começa o ciclo em que PS e PSD se eternizam no poder...

Decorrerá hoje um debate sobre o 25 de Novembro que colocará frente a frente Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco Lourenço. O evento terá lugar no Anfiteatro da Sociedade Portuguesa de Autores, à Av. Duque de Loulé, pelas 18h00.

Seria de grande utilidade que uma voz democrata colocasse as seguintes questões a Otelo:
1. Em que é que, o facto de o COPCON, força militar que comandava em 1975, ter levado a cabo uma operação de invasão de dezenas de sedes e à prisão de mais de quatro centenas de militantes o MRPP, contribuiu para a revolução?
2. Qual terá sido o acaso que levou a que esta acção tivesse ocorrido numa data tão querida ao regime fascista que Otelo tanto se vangloria de ter contribuido para a sua queda, o 28 de Maio?!
3. Como é que a circunstância de se ter proibido o MRPP de participar nas primeiras eleições ditas livres, após o 25 de Abril de 1974 – precisamente para a Constituinte – contribuiu para o processo revolucionário em curso?
4. Ademais quando a justificação imediata foi o cumprimento da execução de uma lei – que mereceu a cobarde santa aliança entre PCP, PS, PPD e CDS – que proibia o MRPP de utilizar o símbolo da foice, do martelo e da estrela. Uma prerrogativa a que, como se veio a confirmar pelo facto de o PCP se ter sempre apresentado a eleições por detrás dos símbolos disfarçados, primeiro da APU e, depois, da CDU, só os comunistas do MRPP tinham direito e legitimidade.

Para memória futura, entenda-se. Visto que, felizmente, de Otelo a história já só se guarda na memória uma ridícula quão bizarra imagem de personagem de ópera bufa!
(via Luis Júdice)



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