Política
A aventura dos Neocons na Síria: entrada de leão, saída de sendeiro
Os
Estados Unidos atacaram de facto a Síria no dia 3 de Setembro, mas a Rússia impediu que os mísseis disparados da base militar espanhola de Rota sob o controlo da NATO atingissem Damasco. Foi aí que começou o
xeque-mate ao governo Obama e aos neoconservadores belicistas que o controlam.
Naquela manhã, o ministro da Defesa russo leu uma declaração pública omitindo dois pontos fundamentais:
de onde tinham vindo os mísseis e para onde se dirigiam. Essa omissão teve dois objetivos, disse o chefe dos serviços de informação russo ao seu colega estadunidense numa comunicação feita momentos depois do ataque contra a Síria ter sido lançado - e interceptado: "
Atacar Damasco é atacar Moscovo",
disse então o oficial russo. "
Omitimos a verdade na nossa declaração oficial para preservar as relações entre o nosso país e os Estados Unidos e para evitar a guerra. Portanto, vocês devem reconsiderar agora mesmo as vossas políticas, abordagens e intenções em relação à crise síria, assim como podem estar certos de que não conseguirão eliminar a nossa presença no Mediterrâneo".
Foi nesse momento que o governo dos Estados Unidos pediu que Israel se responsabilizasse pelo lançamento dos dois misseis - e que, literalmente, sentiu o chão a fugir-lhe debaixo dos pés... até que surgiu uma declaração oficial dos israelitas, que dizia que "os misseis teriam sido disparados no contexto de um exercício militar conjunto EUA-Israel, e que tinham caído no mar,
nada tendo a ver com a crise síria". O que foi prontamente desmentido por uma fonte diplomática citada pelo diário árabe
As-SafirA fracassada intenção de atacar o povo Sírio é um episódio que marca, decididamente, o principio do fim dos Estados Unidos como hiperpotência imperialista num imaginado e sonhado mundo unipolar sujeito a uma nova ordem ditatorial.
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Kerry dá o mote a Ban-Ki-Moon |
Aproveitando a gaffe do grotescamente inepto e arrogante secretário de Estado
John Kerry ("
a única saída para a Síria será entregar todas as suas armas quimicas, o que obviamente não fará") Vladimir
Putin e o seu secretário para os Negócios Estrangeiros
Sergei Lavrov propuseram de imediato isso mesmo:
a entrega para controlo pela ONU de todas as armas quimicas existentes na Síria. Sabendo-se, como os Estados Unidos e os seus cúmplices sabem, que as armas quimicas usadas no massacre de Agosto nos arredores de Damasco foram usadas pelos rebeldes patrocinados pelos EUA com a declarada intenção de provocar um falso pretexto para com uma intervenção militar a partir do exterior destituir pela força o
regime pró-socialista que governa a Síria - não tiveram outra alternativa senão aceitar o plano russo para uma solução pacifica para a crise,
o que incrimina as forças rebeldes e os divide, a ponto de as diversas facções da oposição já lutarem entre si.
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Ban-Ki-Moon coincide com Kerry |
Provocadoramente o
Ocidente promete continuar a impulsionar os rebeldes na Síria, enquanto
a Rússia diz que eles devem ser 'obrigados' a juntar-se às negociações de paz. Uma solução política é parte fundamental do “acordo” a ser formalizado na Conferência de
Genebra-2 que entretanto foi adiada por meses, quando as forças da oposição síria se lhe opuseram. Entretanto o acordo de desarmamento passou a ser formalizado pelo Conselho de Segurança da ONU, na qual Rússia e China dispõem de
direito de veto.Na
carta de Vladimir Putin ao povo dos Estados Unidos oportunamente publicada no New York Times o presidente da Federação Russa foi certeiro:
se um País possuir a bomba nuclear ou armas químicas letais torna-se intocável e pode ameaçar quem quiser? - efectivamente, assim parece: uma
informação desclassificada pela CIA revela que Israel também possui armas quimicas (fonte); os Estados Unidos é o país que mais incumpre os compromissos assumidos na Convenção Internacional Contra Armas químicas
(fonte); a Grã-Bretanha, Israel e os Estados Unidos usaram armas químicas durante a última década
(fonte); a Alemanha confirma ter vendido 100 toneladas de quimicos (de uso duplo, civil e militar) à Síria
(fonte) e um ex-oficial do Pentágono, Michael Maloof, deu uma entrevista na qual. citando fontes classificadas, afirma que a Al-Qaeda e o Al-Nusra possuem significativas quantidades de gás Sarin na Síria
(fonte); |
Rebeldes usam IPads para programar tiros de morteiro |
Existem provas que apontam para os Rebeldes como autores do ataque com armas quimicas,
mas estas foram ignoradas pela Comissão investigadora da ONU chefiada pelo sueco Ake Salstrom
(fonte) é do conhecimento geral que
a Administração Obama passou por cima de disposições do Congresso que proíbem o fornecimento de armas e dinheiro para terroristas, e abriu os cofres e paióis para o fornecimento de armamento convencional, quimico e meios tecnológicos às forças rebeldes a actuar na Síria
(fonte) No entanto, após a divulgação a 16/09 do relatório da ONU que confirma a utilização de armas químicas na guerra civil da Síria,
Estados Unidos, França e Reino Unido voltaram a afirmar que o ataque foi feito pelo governo de Bashar Al Assad (fonte); de facto, o
relatório é inócuo e não atribuiu culpas claramente a nenhum dos lados do conflito
(fonte); a Rússia contrapõe que o relatório da ONU não demonstra quem é o responsável
(fonte);
e o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia rematou afirmando que as conclusões da ONU são politizadas e tendenciosas - é neste contexto, depois da Rússia ter declarado haver irregularidades, que se tornou obrigatório tomar a
decisão do regresso dos inspectores da ONU à Siria, o que deverá acontecer esta semana...
com uma agenda imposta
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