Política
A Re(vira)volta de César
Carlos César acusou o Governo da República de, em benefício das questões europeias, descurar a governação interna. Acrescentou ainda que o país está a ser governado por um subsistema de ministros e de directores-gerais. E não se ficou por aqui. Depois de “11 anos de namoro, a mandar pérolas um ao outro”, consumou uma união de facto política com a Madeira de Jardim. Quem poderia imaginar isto há apenas 6 meses atrás?Em apenas um dia César consegue desferir criticas mais duras ao Governo da República do que nos últimos 11 anos que já totalizam a sua governação socialista nos Açores (exceptuando o período Barrosista/Santanista, claro). O que se passou? O que terá levado César a desferir tão acutilantes criticas ao governo de Sócrates? Sente-se traído e relegado a articulações com ministros e directores-gerais? Serão meros recados?
Em última análise, hoje parece ser o dia em que não só os Açores celebraram uma união de facto com a Madeira, mas sobretudo o dia em que se parece anunciar um surpreendente divórcio quase litigioso com o Governo da República. Será tanto assim? Teremos de esperar pelos próximos episódios para saber o desenlace…
Mas uma coisa parece certa: César terá de justificar muito bem esta união de facto com Jardim. Representa uma reviravolta sem precedentes naquela que tem sido a postura do Governo Regional e do Partido que o sustenta. A aliança hoje celebrada com aquela que é considerada a maior nódoa da democracia portuguesa não cairá facilmente no esquecimento…
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