Política
A rua e o rio
Walnize Carvalho
Releio Quintana. E no livro “Baú de Espantos”, inserido na coletânea: “80 anos de Poesia” (1986), o poema “A Rua” inspira-me a escrever esta crônica.
Extraio os versos “A rua é um rio de passos e vozes/ um rio terrível que me vai levando” na esperança que a correnteza das palavras brote cristalina no meu texto.
Quantas vezes em minhas caminhadas matinais dirijo-me à beira do rio. Rio Paraíba do Sul. Marco de nossa cidade.
Ali, por alguns segundos, fico a fitá-lo e em contrição com Deus agradeço pelo presente que a Mãe Natureza nos deu: um rio atravessando o nosso município.
E o reverencio pelo seu papel de unir ruas, bairros, estradas, levando e trazendo lazer e progresso através dos arcos que oprimem as suas margens opostas.
Muitas vezes emociona-me vê-lo soerguer das agressões sofridas oriundas da seca, poluição, degradação, da “morte anunciada”.
E me volto para as lembranças. Saudosas lembranças das Regatas nas festas do Padroeiro. As embarcações com seus valentes remadores disputavam prêmios sob o aplauso dos incontáveis admiradores nas manhãs ensolaradas de agosto.
Atraso os ponteiros do relógio do Tempo.
Na sala de estar visualizo familiares em volta do rádio. O locutor anunciava que “o curso das águas aumenta progressivamente”.
Muitos fechavam suas casas e saíam a fim de ver de perto o perigo que os rondava.
E horas depois, a inquietação.
O majestoso rio esparramava-se por ruas e avenidas num protesto silencioso.
Enchentes. Desabrigados. Caos.
Frases soltas são desenhadas no ar. Ponte caída, ponte construída, caos urbano, engarrafamento de pessoas e carros, protestos, espera, desesperança ...
Chego à janela. Olho a rua.
E penso novamente no rio.
A renovação contínua de suas águas é a grande e sublime lição de que tudo nesta vida passa.
- Disputas Do Remo No Paraíba
Como acontece nos últimos oito anos durante a Festa do Santíssimo Salvador, acontecerá na manhã deste domingo (05/08) no cais da Lapa, nas águas do Rio Paraíba, mais um Festival de Remo de Campos, que nessa edição, reunirá a nata da modalidade...
- Crônica De Sábado
Ilusão de ótica (No meu apartamento em Niterói) Walnize Carvalho Chego à sala do apartamento. A tarde é fresca. A aragem que vem, perpassa de janela a janela como crianças brincando de pique. Posto-me em frente a uma delas.Fixo o olhar no horizonte....
- O Rio E A Relva
Ontem deixei que meu olhar sobre o mar do Farol me levasse rumo à cidade e lá debruçasse sobre o rio (o Paraíba de Sul).Assim como a relva ribeirinha espiei com preocupação o volume de suas águas... E, no mais é como diz o pensador:"Um rio que...
- Sem Medo De Ser Piegas...
Pai...Paz! Walnize Carvalho Há de se ter (como tem) um forte motivo para lembrá-lo neste dia. Afinal, se ainda estivesse entre nós, meu pai ( Waldir Carvalho) estaria completando nesta data, 88 anos. E é por causa da saudade, que chegou como chuva...
- Ilusão De ótica
Ilusão de ótica Walnize Carvalho Chego à sala do apartamento.Apartamento de temporada que possuo em Niterói. A tarde é fresca. A aragem que vem, perpassa de janela a janela como crianças brincando de...
Política
A rua e o rio
A rua e o rio
Walnize Carvalho
Releio Quintana. E no livro “Baú de Espantos”, inserido na coletânea: “80 anos de Poesia” (1986), o poema “A Rua” inspira-me a escrever esta crônica.
Extraio os versos “A rua é um rio de passos e vozes/ um rio terrível que me vai levando” na esperança que a correnteza das palavras brote cristalina no meu texto.
Quantas vezes em minhas caminhadas matinais dirijo-me à beira do rio. Rio Paraíba do Sul. Marco de nossa cidade.
Ali, por alguns segundos, fico a fitá-lo e em contrição com Deus agradeço pelo presente que a Mãe Natureza nos deu: um rio atravessando o nosso município.
E o reverencio pelo seu papel de unir ruas, bairros, estradas, levando e trazendo lazer e progresso através dos arcos que oprimem as suas margens opostas.
Muitas vezes emociona-me vê-lo soerguer das agressões sofridas oriundas da seca, poluição, degradação, da “morte anunciada”.
E me volto para as lembranças. Saudosas lembranças das Regatas nas festas do Padroeiro. As embarcações com seus valentes remadores disputavam prêmios sob o aplauso dos incontáveis admiradores nas manhãs ensolaradas de agosto.
Atraso os ponteiros do relógio do Tempo.
Na sala de estar visualizo familiares em volta do rádio. O locutor anunciava que “o curso das águas aumenta progressivamente”.
Muitos fechavam suas casas e saíam a fim de ver de perto o perigo que os rondava.
E horas depois, a inquietação.
O majestoso rio esparramava-se por ruas e avenidas num protesto silencioso.
Enchentes. Desabrigados. Caos.
Frases soltas são desenhadas no ar. Ponte caída, ponte construída, caos urbano, engarrafamento de pessoas e carros, protestos, espera, desesperança ...
Chego à janela. Olho a rua.
E penso novamente no rio.
A renovação contínua de suas águas é a grande e sublime lição de que tudo nesta vida passa.
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- Ilusão De ótica
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