“Cardiologista e ex-ministro da Saúde defende proposta apresentada por Dilma e diz que médico precisa se transformar num especialista em gente
Sempre aparece uma voz experiente e sábia em meio aos discursos hipócritas e reacionários.
A afirmação do ex-ministro da saúde - Adib Jatene - é uma bofetada na classe médica corporativista (a maioria defende o sistema privado e excludente - tem atendimento quem pode pagar - o objetivo é copiar o modelo de saúde privado dos EUA.
E veja o que defende o “Cardiologista e ex-ministro da Saúde defende proposta apresentada por Dilma e diz que médico precisa se transformar num especialista em gente.
Segundo Adib Jatene, o ensino médico está formando candidatos à residência médica. Isso estimula a especialização precoce. Precisamos formar um médico capaz de atender a população sem usar a alta tecnologia.
O médico precisa se transformar num especialista de gente. E os médicos são cada vez mais dependentes de tecnologia médica. Não sabem ouvir e escutar o que as pessoas têm a dizer. Na verdade, nem olha para o paciente, que muitas vezes precisa de uma conversa, de uma orientação, de educação para melhor cuidar de sua saúde.
Como diz Adib Jatene: o Brasil precisa de médicos especialistas em gente. E como ficará a supervisão? É a própria faculdade de medicina que cuidará disso. A proposta [original] é que ele fique dois anos no Estado que se formou, supervisionado pela faculdade. A escola vai fazer parte do sistema de saúde, não simplesmente dar o diploma. Com telemedicina e teleconferência fica fácil.
Cláudia Colluci, Folhapress / Pragmatismo Político
O cardiologista e ex-ministro da Saúde Adib Jatene, que preside uma comissão que auxiliou o governo na formulação do projeto para a mudança do ensino médico, defende a proposta apresentada ontem pela presidente Dilma mas afirma que não conhece a versão final.
Para Jatene, o ensino médico está formando candidatos à residência médica, com muito ênfase às especializações e alta tecnologia. “O médico precisa se transformar num especialista de gente.”
O que o sr. achou das mudanças propostas para a mudança do ensino médico?
O ensino médico está formando candidatos à residência médica. Isso estimula a especialização precoce. Precisamos formar um médico capaz de atender a população sem usar a alta tecnologia. O médico precisa se transformar num especialista de gente.
E como ficará a supervisão?
É a própria faculdade de medicina que cuidará disso. A proposta [original] é que ele fique dois anos no Estado que se formou, supervisionado pela faculdade. A escola vai fazer parte do sistema de saúde, não simplesmente dar o diploma. Com telemedicina e teleconferência fica fácil.
O sr. foi consultado sobre isso?
Vínhamos trabalhando nessa proposta, mas não sabíamos que já seria anunciada. O ministro Mercadante me telefonou dizendo que a presidenta Dilma iria anunciar, mas não deu maiores detalhes. Mas parece que está está dentro dos princípios.
A proposta era mesmo de aumentar para oito anos?
Sim. Quando me formei em medicina, em 1953, o curso já era de seis anos, e o conhecimento era muito pequeno. Hoje é colossal e o curso continua de seis anos.
E em relação à política para fixar médicos no interior?
Municípios pequenos deveriam integrar um consórcio para uso de alta tecnologia. Precisam, porém de um médico polivalente, que atenda de parto a uma emergência.”
Fonte:
http://cascavilha.com.br/site/brasil/brasil-precisa-de-medico-especialista-em-gente/?fb_source=pubv1
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