Aécio cita mensalão ao rebater críticas de Lula em BH
Senador tucano diz que PT tem viés equivocado sobre o trato dos recursos públicos
01/09/2012 - 14h00 | O Globo Senador Aécio Neves (PSDB) participou de carreata do candidato Marcio Lacerda (PSB), ao centro, pela Avenida do Contorno, em Belo Horizonte Divulgação
BELO HORIZONTE - O senador Aécio Neves (PSDB) rebateu, na manhã deste sábado, as críticas feitas ontem pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em comício, em Belo Horizonte. Ao responder sobre recursos do governo federal Lula havia dito que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) não enviava dinheiro aos municípios -, Aécio disse que o PT se apropria das empresas públicas, citando o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
- O PT tem um viés equivocado ao analisar a questão dos investimentos porque ele trata os recursos públicos como se fossem seus. Dinheiro federal ou estadual (para fazer obras) é o menos importante. É dinheiro do povo. É imposto que todos nós aqui pagamos. Mas o PT se apropria das empresas públicas, como fez agora, comprovado pelo STF em relação ao Banco do Brasil. Uma vergonha. Uma instituição secular. Utilizada, como foi provado pelo STF, para atender a interesses do partido.
O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, já foi condenado pelos 11 ministros do STF por peculato e corrupção passiva. Por lavagem de dinheiro, recebeu voto pela condenação de nove ministros.
O mensalão não havia entrado antes na pauta dos candidatos em BH. Ao ser questionado sobre o tema, Patrus sempre responde que está acompanhando o julgamento como cidadão e que espera uma análise técnica. Lula não falou sobre o assunto no comício ontem. Também não é do interesse do prefeito Marcio Lacerda (PSB) e de Aécio debater o caso. Lacerda foi citado nas investigações por ter intermediado a entrega de dinheiro na campanha de Ciro Gomes (PSB), mas não se tornou réu.
Já Aécio não quer que os adversários usem o mensalão tucano, chamado pela Procuradoria Geral da República de origem e laboratório do valerioduto petista. A acusação é de que a campanha à reeleição de Eduardo Azeredo (PSDB) em 1998 usou o mesmo esquema supostamente articulado pelo empresário Marcos Valério para arrecadar dinheiro.
Senador também responde à provocação a Anastasia
Aécio participou de um dos maiores eventos promovidos pela equipe de Lacerda até o momento, uma caminhada por uma das principais avenidas da capital mineira, um dia depois de a campanha do ex-ministro Patrus Ananias (PT) trazer Lula como principal aposta para alavancar sua candidatura.
- O Patrus foi prefeito. E quando ele foi prefeito, não tinha nenhum presidente colocando dinheiro na cidade. Não tinha o Lulinha lá, não tinha Dilminha lá. Tinha o FHC, que não dava dinheiro para ninguém disse Lula em sua retomada a palanques.
É uma tentativa de resposta à campanha de Lacerda, que tem explorado as obras feitas em sua gestão e outras ainda em andamento. Grande parte delas tem recursos do governo federal, o que nem sempre é citado nas propagandas do atual prefeito.
Lula provocou também Lacerda, chamando-o de tocador de obra que não sabe sorrir. O atual prefeito evitou críticas.
- Vou seguir o conselho que ele deu ao nosso adversário e não vou responder a agressões e acusações feitas ontem disse Lacerda. Patrus disse, antes do comício, que Lula o aconselhou a não responder a provocações adversárias.
Aécio respondeu ainda à provocação de Lula ao governador Antonio Anastasia (PSDB), que, segundo o ex-mandatário, se pudesse falar, diria que o estado de Minas está quebrado.
- Fico muito feliz de ver que o presidente se recuperou. Está bem de saúde. O povo brasileiro, como seu amigo, eu quero registrar a nossa alegria. Mas ele talvez por ter estado ausente do processo político em Minas durante muito tempo mostrou que está muito desinformado. Minas vai muito bem. Poderia estar melhor talvez se o governo federal tivesse cumprido as promessas disse, citando bons resultados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e obras do governo federal que não saíram do papel, como a expansão do metrô de BH.