O governador Aécio Neves, de Minas Gerais, sugeriu pela segunda vez nos últimos seis meses que o PSDB escolha seu candidato à sucessão de Lula por meio de prévias.
Em visita, ontem, a Belo Horizonte, o governador José Serra, de São Paulo, finalmente concordou com a idéia. "Eu sempre concordo com Aécio", observou. "Eu sempre concordo com Serra", respondeu Aécio.
Foi desastroso o método adotado pelo PSDB para indicar em 2006 Geraldo Alckmin como candidato a presidente da República. Serra seria o candidato natural. Alckmin se lançou candidato.
Uma tarde, reunidos no apartamento do ex-governador Marcelo Alencar, no Rio de Janeiro, quatro cardeais do PSDB e um bispo auxiliar decidiram em favor de Alckmin.
Os cardeais: Fernando Henrique Cardoso, Tasso Jereissati, Arthur Virgílio e Aécio Neves. O bispo auxiliar, na época secretário-geral do partido: Eduardo Paes.
O placar foi 3 x 2 a favor de Alckmin. Votaram em Serra: Fernando Henrique e Arthur Virgílio.
Aécio sabe que vencer uma prévia é a única chance que tem para derrotar Serra dentro do PSDB. Se o principal critério para a escolha do candidato foa posição dele nas pesquisas de intenção de voto, Serra baterá Aécio de goleada.
Por outro lado, Aécio também sabe que perder uma prévia para Serra o deixará na posição confortável de poder apoiá-lo em seguida sem ressentimentos. E contando para isso com a compreensão dos mineiros.
Para Serra, o sonho presidencial termina em 2010. Política tem fila. Se ele não for candidato ou se for e perder pela segunda vez, a fila andará e ele ficará para trás.
Esse problema Aécio não tem. Poderá se eleger senador e esperar sua vez.
Quanto às prévias, Serra tem mais cacife para vencê-las do que Aécio.