Política
Alerta do FMI para a América Latina O Estado de S. Paulo EDITORIAL,
Para a América Latina, o pior da crise financeira internacional ainda está por vir e pode demorar até um ano e meio para chegar, se se toma como correta a previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI), no seu relatório sobre a situação da economia do Hemisfério Ocidental e sua capacidade de resistir às turbulências externas.
O relatório reviu algumas projeções anteriores do FMI para o desempenho da região neste ano e no próximo, mas não carrega no pessimismo. Em 2008, a América Latina e o Caribe devem crescer 4,6% e, em 2009, 3,2%, o que não será um mau resultado, se comparado com os que as economias industrializadas já apresentam, com forte redução da produção, que tende a se acentuar.
A maioria dos países da região está hoje em condições muito melhores para enfrentar a crise do que estava nas crises anteriores, graças às políticas econômicas que colocaram em prática na década passada. Mas, mesmo assim, a região está sujeita a riscos.
O desempenho desses países depende fortemente dos preços das commodities agrícolas, diz o FMI. Se continuarem a cair, a América Latina poderá crescer apenas 0,7% no próximo ano, quando os efeitos da crise global atingirão a região com mais força.
Melhor desempenho alcançarão os países que observarem as "prioridades essenciais" sugeridas pelo FMI. Essas prioridades são as medidas essenciais das boas políticas econômicas, como a preservação do sistema financeiro, das conquistas alcançadas na área de combate à inflação, da credibilidade da política monetária e da severidade na administração do dinheiro público.
O relatório destaca que a aceleração da inflação, já detectada em vários países, pode reverter boa parte dos ganhos sociais da região, pois reduziria o poder de compra dos salários e aumentaria a pobreza, cuja taxa caiu de 44%, em 2002, para 35% da população, em 2007.
Políticas fiscais responsáveis criam espaço para a execução de projetos de combate à pobreza, o que torna ainda mais necessária a austeridade na gestão das finanças públicas neste momento. O Brasil é citado como exemplo de país que elevou a meta de superávit primário do setor público para assegurar a credibilidade na sua política fiscal, mas é lembrado também pelo fato de os gastos primários correntes crescerem mais depressa do que o PIB, o que, adverte o FMI, "representa alguns riscos". Convém não esquecer a advertência.
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