Bascos 2
Política

Bascos 2



Geografia e distribuição

A atual região autônoma basca da Espanha, conhecida como "Euskadi" em basco, "País Vasco" em espanhol, "Pays Basque" em francês e País Basco em português, é composta de três províncias ou territórios: Álava (Araba/Álava), Biscaia (Bizkaia/Vizcaya) e Guipúzcoa (Gipuzkoa/Guipúzcoa) (nos três casos, o nome basco seguido do espanhol). Há cerca de 2.130.000 pessoas vivendo no País Basco: Álava, 279.000; Biscaia, 1.160.000; Guipúzcoa, 684.000. As mais importantes cidades são: Bilbao (Bilbo/Bilbao) em Biscaia, São Sebastião (Donostia/San Sebastián) em Guipúzcoa e Vitória (Gasteiz/Vitória) em Álava. Tanto o basco quanto o espanhol são línguas oficiais, sendo o espanhol virtualmente entendido por 100% da população; 27% da população fala basco, mas o número de falantes está crescendo pela primeira vez em muitos séculos, devido ao incentivo oficial e à simpatia popular.
Há também um substancial sentimento basco entre a população da vizinha comunidade autônoma espanhola de Navarra e nas regiões vizinhas da França. Também há pelo menos alguma presença étnica basca em muitos países das Américas, como Bolívia, México, Argentina, Chile, Equador, Peru, Uruguai, Venezuela e comunidades em Idaho, no leste de Nevada, sul do Texas e por toda a Califórnia, para onde primeiro emigraram para criar ovelhas.


Conflitos políticos


Língua

Os governos espanhol e francês tentaram, às vezes, suprimir a identidade cultural e lingüistica basca. A República Francesa, epítome do estado-nação, tem uma longa história de tentativas de absorção cultural completa de grupos étnicos minoritários. A Espanha tem, na maior parte da sua história, garantido algum grau de autonomia lingüística, cultural e política aos bascos, mas sob o regime de Francisco Franco o governo espanhol reverteu os avanços do nacionalismo basco, por ter lutado do lado oposto da Guerra Civil Espanhola. A atividade cultural basca foi limitada a eventos folclóricos e à Igreja Católica.
Atualmente, o País Basco dentro da Espanha goza de uma autonomia política e cultural extensiva. Muitas escolas na região usam o basco como primeira língua de ensino. De acordo com a BBC "cerca de 90% das crianças bascas estão agora matriculadas em escolas de ensino em língua basca". Contudo, em Navarra, o basco foi declarada língua em extinção, desde que o governo conservador da Unión del Pueblo Navarro se opôs ao nacionalismo basco e aos símbolos bascos, destacando sua própria autonomia.[8]
O incentivo à língua basca tem causado protestos por aqueles que temem que os falantes apenas de espanhol passem a ser vistos como cidadãos de segunda classe. De qualquer forma, o espanhol é hoje essencial para a vida cotidiana.


Status político e violência

O nacionalismo basco tem defendido com grande força as instituições bascas. Alguns nacionalistas bascos reivindicam que o País Basco tem o direito à autodeterminação, incluindo uma eventual independência. O desejo pela independência é particularmente comum entre os nacionalistas bascos de esquerda. Como a autodeterminação não é reconhecida na Constituição espanhola de 1978, muitos bascos abstiveram-se ou votaram contra no referendo de 6 de dezembro daquele ano. Contudo, a Constituição foi aprovada pela maioria dos espanhóis, navarros e bascos, e o regime autônomo para o País Basco e Navarra foi aprovado em referendos posteriores pelas respectivas populações de cada região.
A atividade nacionalista basca tem seu lado violento no Euskadi Ta Askatasuna (ETA) que apareceu em 1968, uma organização armada que usa assassinatos, bombas e seqüestros contra o que eles consideram "interesses espanhóis". O ETA tem sido responsável por mais de mil mortes entre militares e personalidades políticas, mas também entre centenas de civis. Um dos ataques mais mortais do ETA ocorreu em 1987 quando uma bomba colocada no supermercado Hipercor em Barcelona matou 17 pessoas, incluíndo várias crianças. O ETA é considerado uma organização terrorista pela União Européia e pelos Estados Unidos.
Na luta contra o ETA, o governo e a justiça espanhóis têm tomado medidas como:

- Banimento da coalização eleitoral HB-Batasuna em 2002 (e sucessivas coalizões) assim como de outras organizações políticas onde foi provado fazerem parte do ETA, dividindo metas e recursos. Um dos parlamentares do Batasuna, Josu Ternera foi responsável pela morte de doze policiais em 1986 em um ataque a bomba em Madrid. Ternera nunca foi julgado e desde 2002 ele está foragido devido às suas pendências com a justiça espanhola.

- Fechamento do jornal Egunkaria em 2003. Várias outras publicações e organizações também ligadas ao ETA foram banidas, como o jornal nacionalista Egin e a estação de rádio Egin Irratia. Os jornais Berria e Gara ocuparam os nochos deixados pelos jornais fechados.


GAL

Na década de 1970, forças policiais paramilitares atacaram o ETA. De 1983 a 1987, o Estado Espanhol fundou e controlou os Grupos Antiterroristas de Liberación (GAL), que era uma força paramilitar de direita que atacava e matava ativistas bascos relacionados com o Batasuna e com o ETA tanto na Espanha quanto na França. O GAL assassinou mais de 23 ativistas e terroristas do ETA. Na década de 1990, várias investigações de figuras públicas conhecidas foram conduzidas na Espanha, o que levou à prisão de oficiais de alta patente da polícia e de um ex-ministro do governo. Há evidências que sugerem que o controle do GAL procedia de altos níveis do governo espanhol.


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