Política
Brasil faz conversão de térmica para biocombustível
Agência Carta Maior
Brasil faz conversão de térmica para biocombustível
Tecnologia inédita no mundo permite que Usina Termelétrica Juiz de Fora (MG) passe a produzir energia tanto a partir de gás natural quanto a partir de etanol. "Trata-se de uma revolução no mercado de energia", destacou o presidente Lula. "É um grande passo", resumiu o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli."A produção de energia elétrica a partir do etanol é muito importante no momento em que, em escala planetária, busca-se energias renováveis para substituir as energias fósseis", disse o presidente da Petrobras Biocombustíveis, Miguel Rossetto, à Carta Maior.
Redação - Carta Maior
O presidente Lula participou, dia 19 de janeiro, da inauguração da conversão da Usina Termelétrica Juiz de Fora para operar com etanol. A usina, inédita no mundo, operava apenas com gás natural. Agora passa a ser flex-fuel (gerando energia também a partir de biocombustível). Trata-se de uma revolução no mercado de energia, destacou o presidente. “Tínhamos um desafio que era potencializar o uso do etanol na produção de energia. A parceria entre a Petrobras e a GE, que já tem capacidade de produção em escala desta turbina que opera com dois tipos de combustível, é uma revolução em energia”.
O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli enfatizou o pioneirismo do projeto: “É um grande passo. Pela primeira vez temos uma termelétrica que pode gerar eletricidade utilizando etanol como combustível. Há vários anos essa idéia vem sendo desenvolvida”.
Para o presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, a produção de energia elétrica a partir do etanol é muito importante no momento em que, em escala planetária, busca-se energias renováveis para substituir as energias fósseis. “Pela primeira vez estamos produzindo energia elétrica a partir do etanol. Hoje, o custo desta produção de energia via etanol é maior do que a produção com gás, mas, no curto e no médio prazo temos mais um combustível renovável para produzir energia, o que é fundamental para a soberania e segurança energética do país”, disse Rossetto à Carta Maior.
Além disso, destacou, é uma tecnologia que melhora a qualidade ambiental, ao substituir combustíveis como carvão, gás ou diesel por etanol na produção de energia elétrica.
A tecnologia inédita desenvolvida em conjunto pela Petrobras e pela General Eletric já desperta interesse de outros países. O Japão, exemplificou Rossetto, onde grande parte da energia vem de usinas térmicas, utilizando muito o diesel como combustível, está interessado em substituir o diesel. “Nós já estamos negociando com eles”, informou.
No plano nacional, o objetivo é estender a conversão a outras usinas melhorando a economicidade da processo e o padrão ambiental da matriz energética brasileira. Há pesquisas em curso também para o desenvolvimento de outras alternativas como é o caso, por exemplo, da produção de querosene de aviação a partir de biodiesel. “Vamos pesquisar também, na Antártida, em parceria com a Marinha, o uso de biocombustíveis em baixíssimas temperaturas”, anunciou Rossetto.
A usina de Juiz de Fora integra o parque gerador da Petrobras e operava apenas com gás natural. Inédito no mundo, o uso do etanol para a produção de energia pode reduzir em até 30% da emissão de óxidos de nitrogênio, em comparação com as emissões do gás natural. Essa redução das emissões gera a possibilidade de negociação de créditos de carbono no mercado internacional.
A produção de energia a partir de etanol em escala comercial foi possibilitada pela conversão de equipamentos derivados de turbinas de avião fabricadas pela General Electric. A empresa, por meio de um acordo com a Petrobras, acompanhará os testes e terá o direito de utilizar os dados obtidos para aperfeiçoamento e comercialização da tecnologia para outras usinas no mundo.
Fotos: Agência Brasil
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