Em sua terra natal, Dilma exaltou suas raízes mineiras e relembrou sua militância contra a ditadura, iniciada na capital do Estado
Foto: Roberto Stuckert Filho/DivulgaçãoEnquanto a comitiva de Serra percorria região das Mangabeiras e da Savassi, reduto da classe alta de BH, a comitiva de Dilma seguiu trajeto oposto, elegendo uma área altamente popular, no Bairro de Venda Nova, para desfilar em carro aberto. Acompanhada de ministros e lideranças petistas, ela acenou para populares que acompanharam a carreata de lojas e residências ao longo da avenida.
A princípio, a intenção da coordenação de campanha era fazer um corpo a corpo no centro de Belo Horizonte, na região da Praça Sete, um dos principais pontos de concentração política da cidade. Ali, mesmo sem a presença da petista, foi reunido na manhã deste sábado um grupo de militantes, no chamado "bloco da Dilma".
Campanha com sotaque
Em sua terra natal, a petista exaltou suas raízes mineiras e relembrou sua militância contra a ditadura, iniciada na capital do Estado. "Eu comecei minha vida política aqui em Belo Horizonte. Foi aqui que eu participei, ainda na época da ditadura, das primeiras manifestações no Estadual (colégio em que estudou)". Ela classificou como "simbólica" a escolha de Minas e da cidade para encerrar a campanha.
Para ressaltar a mineiridade, até o sotaque entrou em cena de forma mais acentuada. Ao comentar o desafio de governar o Brasil, caso eleita, afirmou: "governar é fácil se 'ocê' acha que governar é só pensar em números, tijolos, concreto...".
A escolha de Belo Horizonte foi defendida por uma ala dos coordenadores de campanha de Dilma, em função justamente do simbolismo que o Estado - segundo colégio eleitoral brasileiro - carrega.
Mas, tanto para a petista quanto para a campanha de Serra, pesaram também questões práticas. De forma surpreendente, a capital deu a vitória a então candidata Marina Silva (PV) no primeiro turno. O destino destes votos ainda é uma incógnita para ambas as campanhas. A aposta de alguns analistas é que eles irão se dividir entre os adversários.