Celso Ming -A ubdústria baqueia
Política

Celso Ming -A ubdústria baqueia


 O Estado de S.Paulo
Nos últimos três anos, o governo Dilma acreditou em que estivesse adotando as melhores políticas de incentivo à indústria. Os resultados foram medíocres. Em 2011, a indústria cresceu apenas 0,3%, seguido de desempenhos também ruins em 2012 (-2,7%) e 2013 (+1,6%).
O diagnóstico geral esteve reconhecidamente equivocado. Não foi por falta de consumo interno que a indústria se ressentiu e segue se ressentindo. A indústria enfrenta dois problemas graves conjugados: falta de competitividade e incapacidade de inserção na rede global de suprimentos.
Quase sempre que são chamadas a opinar, um bom número das cabeças preocupadas com o futuro da indústria avisa que, com esse câmbio, com o real valorizado perante o dólar, não há setor produtivo que consiga prosperar. É uma meia-verdade. O buraco fica ainda mais embaixo.
A indústria brasileira não tem competitividade por duas principais razões: primeira, porque enfrenta um custo Brasil insuportável, na medida em que quase tudo é mais caro por aqui. Até há alguns anos, o governo tratava de compensar com mais câmbio - mais desvalorização do real - esse baixo poder de fogo, mas esse é um recurso limitado porque importações de máquinas, de matérias-primas e de peças mais caras em reais também asfixiam uma indústria que precisa inserir-se mais profundamente nos mercados. Em segundo lugar, porque tanto o governo Lula quanto o governo Dilma não deram importância à abertura de mercados para a indústria, uma vez que descuidaram da negociação de acordos comerciais. Hoje, a maioria dos concorrentes do Brasil está amarrada a acordos de comércio e, por eles, as prioridades vão para indústrias de outros países.
Não foi apenas com mais câmbio que o governo tentou dar mais força para a indústria. Desonerou as folhas de pagamentos, providência que deve ter beneficiado o setor em cerca de R$ 40 bilhões; reduziu impostos para a indústria de veículos, de materiais de construção, de aparelhos domésticos e de mobiliário; derrubou os juros básicos, a fim de azeitar o crédito; criou reservas de mercado por meio da extensão do estatuto do conteúdo local para um grande número de setores, especialmente o dos fornecedores de equipamentos de petróleo; e impeliu o BNDES para empurrar com créditos subsidiados os campeões do futuro.
Assim, o resultado decepcionou porque uma política industrial só funciona quando há confiança e os fundamentos da economia estão equilibrados.
Os próximos anos serão atrozes para a indústria. Apenas o setor de veículos enfrentará em 2015 uma capacidade ociosa de cerca de 1,5 milhão de unidades. Ao longo deste ano toda a indústria deverá enfrentar o aumento da competição da indústria americana (e de outros países) que será fortemente beneficiada com uma redução substancial dos custos da energia, graças à revolução do xisto.
Há sinais de que os dirigentes, afinal, parecem ter acordado para a necessidade de um choque capitalista que recoloque a indústria nos grandes negócios globais. O problema é saber se haverá disposição para fazer o que tem de ser feito, sobretudo em 2014, ano eleitoral.



loading...

- Celso Ming -modelo Esgotado
 O Estado de S.PauloO ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, desqualificou as críticas que o presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Pedro Passos, fez à política econômica. Afirmou que estão "contaminadas...

- Só Pensam Naquilo Celso Ming
O Estado de S. Paulo - 26/07/2012  Se há um desvio de mentalidade em certos líderes empresariais brasileiros é o de que só pensam naquilo, como se não houvesse problema mais grave. Eles só pensam no câmbio.O presidente da Associação...

- Mal Das Pernas Celso Ming
O Estado de S. Paulo - 10/07/2012 Os economistas tentam agora explicar por que a indústria está mergulhada na estagnação, mesmo depois de nove pacotes de estímulo, redução dos juros de cerca de 20% e de desvalorização cambial, também de...

- O Custo Da Indústria Celso Ming
O Estado de S. Paulo - 03/02/2012  Todos os dias o noticiário vai sendo martelado por informações de que o setor produtivo brasileiro (e não só a indústria) vai ficando inviabilizado por seus custos excessivos.Ontem, por exemplo, o brasileiro...

- E O Câmbio Continua Matando! Luiz Aubert Neto
O Estado de S. Paulo - 24/09/2010 Temos chamado a atenção, insistentemente, para o processo de desindustrialização e desnacionalização que vem ocorrendo no Brasil. Nos últimos 20 anos passamos de 5.º maior produtor mundial de máquinas e equipamentos...



Política








.