O site IG publicou uma entrevista com o ex-prefeito do Rio, César Maia. O ponto mais abordado foi a aliança entre Maia e Garotinho nas eleições municipais de 2012:
iG: Há resistências no DEM e no PR a uma chapa do deputado federal Rodrigo Maia e a deputada estadual Clarissa Garotinho à Prefeitura do Rio. O acordo está fechado?
Cesar Maia: O casal já passou a lua de mel, já está vivendo junto, casado, e o filho vai nascer. Agora, política no Brasil, você jurar por Deus... Mas não há nada que nos leve a ter qualquer desconfiança de que esse acordo não esteja consolidado. E por quê? Porque há interesse mútuo.
iG: Não há conflitos entre as legendas?
Cesar Maia: O Rodrigo e o Garotinho foram mapeando o Estado e vendo que em municípios grandes, onde os dois partidos têm tempo de televisão, não há nenhum conflito que não permita ceder o tempo e o comando da chapa para o outro. Campos fica com o PR; Rio de Janeiro, com o DEM; São Gonçalo, PR; Nova Iguaçu, DEM; Volta Redonda, PR; Maricá, DEM. Em municípios pequenos, cada caso é um caso. Se for possível estar junto, excelente, mas não há obrigatoriedade. Está tudo mais ou menos arrumado. Falta um ponto aqui e ali.
iG: Os eleitores do DEM e do PR não podem estranhar esse acordo?
Cesar Maia: Você faz coligações por duas razões: uma é a convergência no tempo, que é o caso que a gente tem com o PSDB nacionalmente. Em campanha presidencial estivemos juntos sempre. A outra é quando forças políticas se opõem a uma terceira que está no governo e entendem como prioritária a derrota dessa força. Foi o que aproximou o PR do DEM. A nossa convergência é em função da derrota do PMDB.
iG: Não temem possíveis perdas de votos?
Cesar Maia: Alguma perda na zona sul, mas essa perda não vai para o Eduardo (Paes, prefeito do Rio que tentará a reeleição pelo PMDB), vai para o Freixo (deputado Marcelo Freixo, PSOL, apontado como pré-candidato da legenda à sucessão municipal), que é forte na região. Então, onde a gente perde, não perde para quem está no governo, não perde para o PMDB. O Eduardo tem cometido erros que são fatais no Rio de Janeiro, como, por exemplo, perseguir servidor público. O segundo erro é confundir lei e ordem com repressão aos pobres, que gera uma rejeição muito grande na área popular. O terceiro é privatizar educação e saúde.
iG: O prefeito Eduardo Paes entrou na vida pública como afilhado político do senhor. Ele tornou-se um rival ou as suas artilharias são apenas contra o PMDB?
Cesar Maia: O Eduardo quando era do DEM (PFL à época) achava que o Rodrigo (Maia) roubava o espaço dele na legenda. Foi para o PSDB, mas viu no PMDB opção para crescer, virou prefeito. Em relação à carreira política não acho que tenha agido errado. Mas como prefeito erra muito. Como disse, persegue servidores, privatiza educação e saúde. Mesmo com a boa vontade da mídia ele está com uma taxa de rejeição de 25% (segundo pesquisa de opinião encomendada pelo DEM há cerca de um mês). Por enquanto, ele está bem porque está surfando sozinho. Quando os outros candidatos aparecerem, ele cai.
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