Política
CESAR MAIA - Ópera popular
Folha de S Paulo
Seria difícil imaginar um auditório com 60 mil pessoas assistindo a uma ópera, mesmo num palco a céu aberto.
Mas não numa ópera popular.
Nesta, o palco é móvel e múltiplo. Os atos são móveis e múltiplos. Cada ato desliza com seu cenário e seus figurantes nesse palco móvel.
O libreto conta o enredo que é cantado por um coro de milhares de vozes junto aos tenores populares, em carro próprio de som.
Assim é o desfile das escolas de samba: uma ópera popular. Mas esse foi um processo de mais de 30 anos, desde as rodas de samba dos anos 1920 e 1930. As escolas de samba ganharam identidade, passaram a ter nome e se diferenciaram umas das outras com cores e bandeiras próprias. No início dos anos 1930, passaram a se apresentar no Carnaval, desfilando.
O prefeito Pedro Ernesto deu cidadania a elas e, em 1935, oficializou o desfile.
Adotou o nome de escolas de samba, para dar cobertura legal aos subsídios.
Não havia carros nem enredo. As fantasias eram improvisadas. Desde a origem dos desfiles, a bandeira era protegida pela porta-estandarte e pelo mestre-sala.
O Carnaval, diversificado com corsos, carros, blocos, foliões, grupos de samba, frevo etc., cada um de forma autônoma, foi sendo assimilado pelas escolas de samba.
Os desfiles passaram a escolher histórias e os sambas a contar este enredo.
A incorporação dos carros alegóricos se deu de forma progressiva: muito pequenos em 1960, quase como uma marca, os carros alegóricos, como cenografia das alas com figurantes em cima, só vieram depois. A atração de cenógrafos, coreógrafos e figurinistas deu ao desfile outro glamour.
A partir daí, o desfile vai entrando numa espiral de transformação com enredo, ordenamento de suas alas, fantasias, alegorias, coreografia, samba, bateria, transformando-se em uma ópera popular.
O desfile passa a ter todos os elementos da ópera, de uma ópera popular e única.
O libreto, a orquestra com seus naipes, o maestro, os atos com suas alas, coreografias e cenografias próprias, os cantores, o coro.
Imagine-se numa arquibancada e fixe-se num cone de visão. Os atos passam na frente do público, com suas alas, carros alegóricos, fantasias e coreografias. A bateria se fixa num ponto e sua música vai para todo o desfile. Um coro geral cantando o samba-enredo, dois tenores populares puxando o samba.
Toda a apresentação é articulada. Todo o público assiste à mesma ópera esteja onde estiver, pois os palcos são móveis e correm paralelamente ao público. Em cada ponto de visão o palco é fixo. Um espetáculo único no mundo.
loading...
-
Mesmo Em Crise, Petrobras Mantém Patrocínio De R$ 12 Milhões Dado às Escolas De Samba Do Rio
Imagem: Carlos Ivan / Ag. O GloboO enredo da Petrobras nos últimos tempos nada tem de folia — e muito menos de brincadeira. Mas nem toda a fuzilaria do escândalo de corrupção na empresa derrubou a parceria com a maior festa popular do país. Esta...
-
Festa Para Os Melhores Do Carnaval
A prefeitura premia no próximo dia 30, às 19h, no Teatro Trianon, os blocos e as escolas campeãs do Campos Folia 2012, o carnaval fora de época da cidade, realizado entre os dias 27, 28 e 29 de abril no Centro de Eventos Populares (Cepop). A escola...
-
E Sobre Uma Das Comemorações Do Dia Do Samba...
...consta que:Este ano — pela primeira vez — o Trem do Samba não sairá neste dia e sim no próximo sábado. "O Trem do Samba é uma das mais bacanas festas cariocas. Como o Reveillon de Copacabana e o Bola Preta no Carnaval, reúne gente de todos...
-
Programação Da Folia
Bem... para mim o Carnaval passou faz tempo, então prefiro chamar a festa que acontece em Campos a partir desta quinta-feira de "Folia". Sendo assim, segue a programação para quem pretende cair na folia. Dia 22/Abril/2010 – Quinta-Feira 19 horas...
-
A Globo E O Seu Objetivo De Melar O Desfile Das Escolas De Samba De São Paulo.
Amigos e amigas, Quando a gente acha que a Rede Globo foi longe no apoio logístico aos horrores da Ditadura Militar, ao boicote das Diretas Já e às canalhices contra Lula e o PT, somos surpreendidos com a falta de limites desse "aparelho"...
Política